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OTAN do Pacífico: EUA anunciam intenção de atrair novos países para a aliança AUKUS

Os Estados Unidos estão abertos a permitir que mais países participem do ramo tecnológico do monumental acordo Austrália-Reino Unido-EUA conhecido como AUKUS, mas eles teriam que mostrar que podem contribuir de maneiras significativas, disseram autoridades na segunda-feira (26).
Sputnik

"Estamos conversando com uma variedade de países interessados. E francamente, vai muito além desses países, e somos gratos por isso. O fato de os países estarem interessados nisso é positivo e vamos explorá-los apropriadamente", disse Kurt Campbell, vice-assistente do presidente e coordenador do Indo-Pacífico.

De acordo com o funcionário, as perspectivas de potenciais parceiros em termos de interação com a AUKUS dependerão dos benefícios que podem trazer para a associação em um campo específico.
O representante do Conselho de Segurança Nacional dos EUA não nomeou os países com os quais estão sendo realizadas as negociações de cooperação, mas disse que são "muitos" os Estados interessados.
Por sua vez, a emissora americana ABC afirma que anteriormente o Canadá e a Nova Zelândia – que com os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália formam uma rede de compartilhamento de inteligência Five Eyes (Cinco Olhos) – expressaram interesse em se juntar à AUKUS em um novo estágio de desenvolvimento da parceria.
Por sua vez, o Serviço de Pesquisa do Congresso dos Estados Unidos divulgou um relatório em 20 de junho dizendo que, além do Canadá e da Nova Zelândia, o Congresso pode considerar dar ao Departamento de Defesa e ao Departamento de Estado o mandado de expandir a AUKUS às custas do Japão, como recomendado por vários analistas.

Objetivos óbvios da AUKUS

Os especialistas observam que os Estados Unidos esperam criar com base na AUKUS um análogo do bloco da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para dissuadir a China na região da Ásia-Pacífico.
Na China, a criação da AUKUS foi repetidamente criticada. Pequim observou que a transferência da tecnologia de submarinos nucleares para Camberra só alimentaria a corrida armamentista e minaria a estabilidade regional.
Mas Washington rejeita desafiadoramente esse posicionamento. Em março de 2023, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que não se importava se a China visse agressão na aliança AUKUS.
Ao mesmo tempo, Moscou, em particular o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, alertou que a AUKUS estava sendo criada como um instrumento da influência da OTAN na região Ásia-Pacífico.
Além disso, Lavrov ressaltou que os EUA estão "empurrando energicamente" o Japão, a Nova Zelândia e a Austrália para atividades que envolvem a expansão da infraestrutura militar da Aliança Atlântica para a Ásia-Pacífico com a formação de cadeias logísticas apropriadas.
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De acordo com Aleksei Mukhin, diretor-geral do Centro de Informação Política, a expansão subsequente da AUKUS através do envolvimento de parceiros externos foi incorporada ao formato do bloco desde o início.
Como a Ucrânia faz na Europa, vários países receberão opções de cooperação, que serão chamadas de parceria com a AUKUS, mas não concederão direitos igualitários, opina especialista.

AUKUS em poucas palavras

Em setembro de 2021 Camberra, Londres e Washington formaram o pacto AUKUS, que prevê a entrega de submarinos movidos a energia nuclear à Austrália até 2040.
A aliança está focada no compartilhamento da capacidade militar, incluindo ciberinteligência, inteligência artificial e tecnologias quânticas, mas também armas hipersônicas e os submarinos em questão, movidos a energia nuclear.
Embora o AUKUS afirme não se concentrar em nenhum adversário específico, ele é claramente, por sua estrutura e por comentários de suas nações integrantes, destinado a "dissuadir" a China na região do Indo-Pacífico.
O acordo causou controvérsia em todo o mundo porque a Austrália é um Estado livre de armas nucleares, não tendo sequer um programa nacional de energia nuclear, o que significa que toda a tecnologia deve ser importada e adaptada dos Estados Unidos.
Os submarinos da classe Virginia usam urânio militar como combustível, o que aumenta os temores de proliferação nuclear.
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