Panorama internacional

Cisjordânia corre risco de 'sair do controle' com uso de 'armas avançadas' de Israel, alerta ONU

Tiroteio com uso de helicóptero israelense nesat semana correspondeu a primeira vez, desde o ano 2000, que Israel realizou ataque em territórios muito além da fronteira com a Faixa de Gaza.
Sputnik
Nesta sexta-feira (23), a ONU informou, através de um porta-voz do alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, que a situação na Cisjordânia ocupada por Israel está se deteriorando acentuadamente, e pediu que Tel Aviv redefina suas políticas e cumpra a lei internacional.
"A violência desta semana na Cisjordânia ocupada corre o risco de sair do controle, alimentada por uma retórica política estridente e uma escalada no uso de armamento militar avançado por Israel", disse o porta-voz em Genebra.
De acordo com a Reuters, a autoridade se referiu aos ataques aéreos com helicópteros no campo de refugiados de Jenin na segunda-feira (19), chamando-os de "grande intensificação do uso de armamento mais geralmente associado à condução de hostilidades armadas, ao invés de uma situação de aplicação da lei".
Os helicópteros foram chamados enquanto as tropas travavam um longo tiroteio que matou sete palestinos, incluindo dois menores, relata a mídia.
"Israel deve redefinir urgentemente suas políticas e ações na Cisjordânia de acordo com os padrões internacionais de direitos humanos, incluindo a proteção e o respeito ao direito à vida […]. Esses últimos assassinatos e a violência junto com a retórica inflamada servem apenas para levar israelenses e palestinos ainda mais fundo no abismo", disse Turk.
Ao mesmo tempo, o ex-secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon – que recentemente esteve na região –, disse que Israel está se aproximando do apartheid e se afastando cada vez mais das esperanças de criar um Estado palestino, segundo o The Times of Israel.
"Acho que a situação piorou. Só estou pensando que, como muitas pessoas estão dizendo, isso pode constituir apartheid", disse Ban acrescentando que a solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina está "desaparecendo".
Até agora neste ano, o escritório de direitos humanos da ONU registrou assassinatos de 126 palestinos na Cisjordânia ocupada. Esse número segue o de 155 palestinos mortos no ano passado.
Desde janeiro deste ano, 24 israelenses e um estrangeiro foram mortos em ataques de palestinos, dizem as autoridades israelenses.
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