Panorama internacional

Alemanha fica sem dinheiro para União Europeia depois de onda de gastos com Ucrânia

Ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner pôs limites na possibilidade de apoio financeiro adicional ao orçamento da União Europeia (UE), dizendo que o próprio país teve que contar tostões.
Sputnik
Bilhões de euros em apoio militar, econômico e financeiro direto para a Ucrânia e mais bilhões fornecidos através de instituições da UE esgotaram completamente o orçamento alemão.
Ao mesmo tempo, a decisão de Berlim de abandonar as importações de energia russa por ordem de Washington empurraram a economia da potência industrial para recessão.
"Tendo em vista os cortes necessários no nosso próprio orçamento nacional, não podemos atualmente fazer quaisquer contribuições adicionais para o orçamento da União Europeia", disse Lindner em uma entrevista ao portal Welt.
As observações do ministro das Finanças vêm na sequência de queixas da Comissão Europeia de que a ajuda à Ucrânia "esgotou ao máximo" o orçamento do bloco de longo prazo 2021-2027, sugerindo que a Alemanha e outras grandes economias da UE devem contribuir para compensar a diferença.
De acordo com Lindner, espera-se que a Comissão Europeia evite um relatório sobre revisões do orçamento na próxima terça-feira (20). De acordo com o Instituto Kiel para a Economia Mundial, a Alemanha forneceu cerca de € 4,24 bilhões (R$ 22,1 bilhões) em ajuda militar, € 1,74 bilhões (R$ 9,1 bilhões) em ajuda econômica e € 1,3 bilhão (R$ 6,8 bilhões) em ajuda financeira à Ucrânia entre janeiro de 2022 e fevereiro de 2023.
As instituições da União Europeia onde Berlim contribui muito, se comprometeram a entregar € 3,6 bilhões (R$ 18,8 bilhões) em ajuda militar, € 1,61 bilhão (R$ 8,4 bilhões) em ajuda humanitária e € 30,32 bilhões (R$ 158,6 bilhões) em assistência financeira durante o mesmo período.
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Especialista: recessão alemã foi causada pela intromissão da Europa no conflito ucraniano
Alemanha está em terceiro lugar atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido em termos de apoio militar e econômico total à Ucrânia. Berlim tem pagado um preço alto pelo seu posicionamento, com sua economia industrializada caindo em recessão e seus estoques de armas e munições esgotados.
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