Ciência e sociedade

Crânio de 2.000 anos revela que romanos podem ter começado nossa mania de cães de colo, diz estudo

Os pesquisadores provaram que a criação de pequenos cães braquicéfalos (de nariz curto) já ocorria na Roma antiga. Uma pesquisa sobre um crânio de 2.000 anos indica que o cão se assemelhava a um buldogue francês.
Sputnik
Analisando os restos de um crânio canino em um local arqueológico da era romana na Turquia, os pesquisadores determinaram que o cão antigo tinha um crânio braquicéfalo semelhante ao de um buldogue francês.
Em 2007, ossos de cão foram encontrados nas ruínas da antiga Tralleis, perto da cidade turca de Aydin. O achado estava incompleto, e devido ao mau estado dos restos mortais ninguém prestou muita atenção a ele por muitos anos.
Em 2021, os ossos chamaram a atenção do professor Aleksander Chroszcz e do doutor Dominik Poradowski da Universidade de Ciências Ambientais e da Vida de Wroclaw e de uma equipe de pesquisadores da Universidade de Istambul liderada pelo professor Vedat Onar.

"Felizmente, o crânio não estava tão danificado ou fragmentado que impedisse suas medições [...] Realizamos craniometria, ou nos termos mais simples, determinamos pontos de medição nos ossos do crânio e, com base nesses pontos, não apenas conseguimos determinar o valor das medições individuais, mas também compará-las com os resultados de craniometria de crânios de cão contemporâneas, testáveis", diz o professor Aleksander Chroszcz.

Depois que a datação por radiocarbono foi realizada, determinou-se que o canino viveu por volta de 169 a.C., um período em que Tralleis era uma colônia de Roma.
A deposição propositada do animal no túmulo sugere que seu papel "na vida humana poderia ser importante e sua posição social poderia ser bastante alta", escreveram pesquisadores, acrescentando que seus dentes relativamente ilesos fornecem mais evidências de que era um animal de estimação amado, não um animal de trabalho.
Pesquisa sobre um crânio de 2.000 anos de idade do cão de Tralleis, Ásia Menor

"Talvez tenha sido o melhor amigo e companheiro do falecido, que provavelmente incluiu em sua última vontade o desejo de um enterro comum", escreveram os pesquisadores.

Medições cranianas realizadas indicam que o animal tinha proporções semelhantes às de um buldogue francês ou pequinês, disseram os pesquisadores.
Os romanos criavam pequenos buldogues! Uma pesquisa de um crânio de cachorro de 2.000 anos de idade de Tralleis, Ásia Menor, indica que o cão se assemelhava a um buldogue francês.
Com base nessa observação – e um achado semelhante em Pompeia – os pesquisadores concluíram que os cães de colo provavelmente foram criados pela primeira vez durante o período romano e se tornaram mais populares com o passar do tempo.
Os romanos são creditados por serem os primeiros a criar métodos "completos" de criação de cães, disseram os pesquisadores. E eles entendiam que a seleção afetava não apenas a aparência de um animal, mas também seu comportamento.

Eles agruparam os cães em três categorias: "um cão de guarda pesado usado como cão de fazenda, um cão pastor rápido e forte e um cão de caça maior que o de tamanho médio".

Romanos ricos também estavam dispostos a pagar grandes quantias pelas raças desejadas – apenas mais um aspecto da era romana que perdurou até a sociedade de hoje.
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