Panorama internacional

Coreia do Norte pode não avisar mais Organização Marítima Internacional sobre lançamentos de mísseis

A Coreia do Norte considera a resolução da Organização Marítima Internacional (OMI) condenando os lançamentos de mísseis norte-coreanos uma manifestação de que não há necessidade de avisar mais a organização sobre tais ações, informou a agência de notícias estatal norte-coreana (KCNA).
Sputnik
Anteriormente, a Coreia do Norte informou que o satélite de reconhecimento militar Malligyong-1 foi lançado ao espaço em 31 de maio às 6h27 (18h27 de 30 de maio, no horário de Brasília), mas no arranque do motor do segundo estágio do novo foguete propulsor Chollima-1 surgiu um problema, o que fez com que o foguete caísse no mar Amarelo.

"Como a OMI respondeu ao aviso prévio da Coreia do Norte sobre o lançamento de seu satélite com a adoção de uma 'resolução' contra a Coreia do Norte, consideraremos isso como a manifestação oficial de que o aviso prévio da Coreia do Norte não é mais necessário. No futuro, a OMI deve conhecer e tomar medidas por conta própria sobre as datas e horários de lançamento de satélites da Coreia do Norte, o ponto de impacto do foguete portador e estar preparada para assumir total responsabilidade por todas as consequências que isso possa acarretar", diz Kim Myong-chol, analista de assuntos internacionais norte-coreano.

Conforme relatado pelo Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul, em 31 de maio, a OMI adotou pela primeira vez uma resolução na 107ª sessão do Comitê de Segurança Marítima em Londres, condenando os lançamentos de mísseis norte-coreanos como uma séria ameaça à segurança da navegação internacional e exigindo regulamentações adequadas, inclusive um aviso prévio antes de qualquer teste de mísseis.
Essa foi a primeira vez que a IMO emitiu uma condenação especificamente na forma de resolução.
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Kim Myong-chol disse que o fato de a "primeira" resolução da OMI condenar os lançamentos de mísseis de um determinado país mostra que a missão da organização de promover a cooperação internacional sobre segurança marítima foi manipulada e "completamente politizada".
Ele acrescentou que o fortalecimento da força de defesa nacional é um direito soberano da Coreia do Norte e era necessário para proteger o povo do país e a paz na região da ação militar dos EUA e de seus aliados.
"Esse é um direito legítimo de um Estado soberano claramente estipulado na Carta da ONU e nas leis internacionais relevantes, e uma organização internacional não tem autoridade nem qualificação para dizer isso ou aquilo a respeito", sublinha Kim Myong-chol.
Ele acrescentou que a Coreia do Norte também realiza seus lançamentos de mísseis "levando em conta" a segurança dos países vizinhos, e ainda não causou danos a ninguém.
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A Coreia do Norte também avisou o Serviço de Segurança Marítima do Japão antes de lançar o satélite, de acordo com os regulamentos, e até mesmo informou a OMI sobre o horário de lançamento e os possíveis locais de queda dos estágios do veículo de lançamento, embora isso não seja obrigatório.
Kim Myong-chol expressou surpresa pelo fato de a IMO, após receber a notificação, falar de sua natureza não vinculativa, mas depois do lançamento mudou "despudoradamente" seu comportamento e alega "violação dos regulamentos".
Ele também perguntou retoricamente onde caem os destroços dos mísseis dos EUA e da Coreia do Sul, caso não representem uma ameaça à segurança marítima, ao contrário dos da Coreia do Norte, e se eles estão "flutuando ainda no céu".
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