Panorama internacional

Pela 1ª vez, China mantém submarino com armamento nuclear constantemente no mar

De acordo com um relatório do Pentágono, a China, pela primeira vez, mantém pelo menos um submarino de mísseis balísticos com armas nucleares constantemente no mar, o que aumenta a pressão sobre os Estados Unidos e seus aliados enquanto eles tentam combater o crescente Exército de Pequim, julga a Reuters.
Sputnik
Segundo especialistas, seis submarinos chineses da classe Jin carregando mísseis balísticos realizaram patrulhas "quase contínuas" desde a ilha de Hainan até o mar do Sul da China. Equipados com um novo míssil balístico de maior alcance, eles podem atingir os Estados Unidos continentais, de acordo com analistas.

"Mesmo que o acordo AUKUS disponibilize à Austrália posicionar seus primeiros submarinos de propulsão nuclear durante as próximas duas décadas, as constantes patrulhas chinesas com mísseis balísticos no mar aumentam a pressão sobre os recursos dos Estados Unidos e seus aliados à medida que intensificam as implantações ao estilo da Guerra Fria", diz o artigo.

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Segundo a publicação, as "patrulhas de dissuasão" lhes permitem ameaçar com a realização de um contra-ataque nuclear mesmo que os mísseis e sistemas terrestres sejam destruídos. Sob a doutrina nuclear clássica, isso dissuade um adversário de lançar um ataque inicial.

"Com um alcance estimado de mais de 10.000 quilômetros e carregando múltiplas ogivas, o [míssil de terceira geração chinês] JL-3 permite que a China atinja os Estados Unidos continentais a partir das águas costeiras chinesas pela primeira vez", cita o artigo um relatório do Pentágono.

Por sua vez, a Marinha dos EUA mantém cerca de duas dezenas de submarinos nucleares de ataque no Pacífico, inclusive em Guam e Havaí, de acordo com a Frota do Pacífico dos EUA.
No âmbito do acordo AUKUS, submarinos de propulsão nuclear dos EUA e do Reino Unido serão deslocados para a Austrália Ocidental a partir de 2027.
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Os Estados Unidos também possuem sensores no fundo marinho das principais vias marítimas para ajudar a detectar submarinos.
Segundo o especialista britânico Timothy Wright, a rápida expansão pela China de suas forças nucleares significa que os estrategistas norte-americanos devem enfrentar pela primeira vez dois "adversários nucleares", juntamente com a Rússia.

"Isso será motivo de preocupação para os Estados Unidos porque vai esticar as defesas dos EUA, vai manter mais alvos em risco, e eles vão precisar lidar com capacidades adicionais convencionais e nucleares", disse ele.

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