Panorama internacional

Especialista: comércio em moedas nacionais entre Brasil e China beneficiaria a economia mundial

O comércio em moedas nacionais entre o Brasil e a China contribuirá para a estabilização da economia mundial, disse à Sputnik Kirill Babaev, diretor do Instituto da China e Ásia Moderna da Academia de Ciências da Rússia.
Sputnik
O Brasil e a China firmaram nesta semana dois acordos iniciais para criar um mecanismo de compensação que lhes permita realizar as transações em moedas nacionais, excluindo o dólar dos EUA.
Para o especialista russo, estes acordos "contribuem para a estabilidade do comércio internacional, protegendo os respetivos países do risco de pressão por meio de sanções".
"Tanto o Brasil como a China estão conscientes desse risco hoje, poderíamos dizer que estes acordos são uma garantia de que suas relações comerciais seguirão se desenvolvendo em condições estáveis", explicou.
As sanções impostas à Rússia, segundo Babaev, evidenciam que "o Ocidente pode utilizar a infraestrutura financeira internacional para fins de pressão política".
"Isso prejudica a sua credibilidade, e portanto, é lógico que o Brasil e a China, dois países do BRICS, duas grandes economias, ponderem converter os pagamentos em suas moedas nacionais. Em perspectiva, tal levará a passos inovadores, como a criação de uma moeda de reserva geral do BRICS com base na cesta de moedas dos países integrantes, será um desenvolvimento positivo que protegerá as relações econômicas dos cinco Estados-membros [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul]", concluiu o economista.
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O Brasil é o nono maior parceiro comercial da China, e a China é o maior parceiro comercial do Brasil, com o país asiático ultrapassando os EUA nessa qualidade desde 2009. As estatísticas da Administração Geral de Alfândegas da China mostram que o comércio bilateral atingiu US$ 171,49 bilhões (R$ 878,27 bilhões) em 2022, um aumento de 4,9% em relação a 2021. Enquanto isso, as exportações do Brasil para a China foram de US$ 89,43 bilhões (R$ 458,01 bilhões) em 2022, o que representa 26,8% do total de suas exportações.
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