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Mídia: Lula reconhece terem sido inadequadas as declarações sobre Moro

Após declarações seguidas que envolviam o ex-juiz Sergio Moro, Lula teria reconhecido que precisa ter mais cuidado antes de ser "franco demais" em suas opiniões. Ministros do STF acreditam que não há quem fale de "igual para igual" com presidente.
Sputnik
Na semana passada, o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, "abriu o verbo" em relação ao ex-juiz e agora ministro Sergio Moro. Em dois dias seguidos, Lula relembrou seu período preso após ser julgado por Moro e fez declarações acerca do que pensa sobre o plano de matar o senador que veio à tona nos últimos dias.
Porém, o presidente teria se arrependido das declarações e reconheceu que errou, de acordo com a coluna de Lauro Jardim em O Globo.
O colunista afirma que também há um consenso entre os assessores e ministros mais próximos de que o ato foi um deslize com consequências para sua imagem política, visto que as declarações foram amplamente usadas pela oposição.
Um assessor direto do petista chegou a falar com Lula: "O senhor ganhou, presidente. Qual é o sentido de o campeão provocar o perdedor?", teria dito o assessor segundo a mídia.
No último dia 21, Lula recordou o tempo que passou preso na PF de Curitiba e disse que, quando era perguntado se estava tudo bem, respondia: "[...] Não, só vai estar tudo bem quando eu f**** o Moro".
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No dia seguinte, 22, após o ex-juiz dizer que o Primeiro Comando da Capital (PCC) queria o sequestrar e matar, o presidente afirmou que tudo não passava de "armação do Moro", conforme noticiado.
Além das falas sobre Moro, há as declarações sobre o Banco Central e sobre o chefe do banco, Roberto Campos Neto. Ao ser independente, a instituição financeira tem a opção de não baixar a taxa de juros, uma das maiores reclamações do presidente. Atualmente, o Brasil tem a maior taxa de juros do mundo.
Para ministros do Supremo, ouvidos pelo jornalista Valdo Cruz em O Globo, não há quem "fale de igual para igual com Lula" neste momento, o que colabora para declarações delicadas que podem comprometer a própria gestão.
Os ministros avaliam que Lula está errando porque seus assessores não conseguem alertá-lo sobre "bolas divididas" em que não deveria entrar.
"Não tem ninguém que fale de igual para igual com ele, não tem mais José Dirceu, Antonio Palocci, Luiz Gushiken, José Genoíno, que traziam Lula para a realidade quando ele derrapava", avaliou um ministro do STF ao colunista.
Para eles, o único que atualmente fala no mesmo tom com Lula é o líder do governo no Senado, Jaques Wagner. Porém, o ex-ministro não está no Palácio do Planalto para tentar controlar o amigo e evitar que ele crie crises para o próprio governo.
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