Nova 'ordem mundial' russo-chinesa ameaça 'hegemonia' econômica dos EUA

Com a agitação civil em toda a Europa e o colapso dos bancos nos EUA e na Suíça, o fim da hegemonia ocidental pode estar próximo.
Sputnik
O jornalista e autor Jon Jeter e o autor, historiador e pesquisador Dr. Gerald Horne falam à Sputnik sobre as oportunidades e os riscos de um novo mundo multipolar.
As relações cada vez mais estreitas entre a Rússia e a China anunciam uma nova "ordem mundial", além de aumentar o risco de os EUA terem a chance de um confronto militar entre as potências nucleares.
A cúpula histórica do líder chinês, Xi Jinping, com o presidente russo, Vladimir Putin, inflamou a retórica de Washington, Londres e Bruxelas.
Jon Jeter observou como o ex-primeiro-ministro australiano Paul Keating criticou o acordo AUKUS para adquirir submarinos nucleares de ataque dos EUA e do Reino Unido para um possível confronto militar com a China.
"Eles entendem que a China não é uma ameaça militar de qualquer tipo, mas é uma ameaça financeira à hegemonia dos EUA no mundo", afirmou Jeter.
Jon Jeter também ressaltou os protestos na França, em sua segunda semana, contra as tentativas do presidente Emmanuel Macron de forçar um aumento na idade de aposentadoria sem voto parlamentar.
"Espero que isso seja um alerta combinado com perguntas sobre a guerra na Ucrânia, sobre Julian Assange e sobre a Austrália [...] Espero que seja o começo de algo", afirmou.
Contudo, ele admitiu que nos EUA há uma tendência de ouvir apenas suas próprias vozes, sendo um país muito "solipsista".
Além disso, o conflito na Ucrânia e outros eventos estariam "fazendo com que os africanos questionassem seu relacionamento com os EUA", procurando um relacionamento para alavancar um futuro melhor com a Rússia e com a China.
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Por sua vez, o Dr. Gerald Horne afirmou à Sputnik que a cúpula entre Xi Jinping e Putin, e a ampla estrutura internacional da China para a paz na Ucrânia, significam que uma "nova ordem mundial" está muito próxima.
"O que me preocupa bastante é que as potências do Atlântico Norte, lideradas pelos EUA, podem decidir por uma aposta em um barco fluvial [...] Ao invés de ver a China avançando acompanhada pela Rússia e seus aliados, eles preferem buscar a guerra. Acredito que isso já esteja acontecendo em relação ao conflito por procuração na Ucrânia", destacou.
O dr. Gerald Horne também destacou a capacidade da Rússia para enfrentar os EUA e dezenas de seus aliados em uma guerra por procuração.
"Isso não é necessariamente um bom presságio para os países do Atlântico Norte, o que pode levá-los a tentar manipular os dados em relação à guerra na China, talvez com Taiwan como um gatilho, assim como estão fazendo na Ucrânia", observou.
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