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Mídia: Vietnã pode resistir maior aproximação diplomática com os EUA em meio às tensões com a China

Os dois países não devem avançar suas relações em 2023 em meio às preocupações da China, que vê negativamente tais desenvolvimentos, segundo especialistas e funcionários citados pela Reuters.
Sputnik
A tentativa dos EUA de melhorar os laços com o Vietnã neste ano está enfrentando resistência em Hanói, o que, segundo especialistas citados na quinta-feira (23) pela agência britânica Reuters, acontece por preocupações de que a China possa ver a mudança como hostil.
Os EUA esperam uma nova melhoria nas relações em 2023, idealmente para coincidir com o 10º aniversário de sua parceria abrangente com o Vietnã, em julho. O país norte-americano é um grande investidor no Vietnã, o maior mercado de exportação do país asiático, e a maior missão empresarial dos EUA até hoje visitou o país nesta semana.
Os EUA ainda são considerados um parceiro diplomático de terceira linha, sendo que a primeira consiste da China, Rússia, Índia e Coreia do Sul, enquanto a segunda, à qual Washington deseja aderir, inclui países europeus e o Japão.
No entanto, a China é o maior parceiro comercial do Vietnã e uma fonte vital de importações para seu setor de fabricação.
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Uma atualização formal dos laços em 2022 "não é mais considerada realista", disse Florian Feyerabend, o representante no Vietnã para a Fundação Konrad Adenauer alemã. Outros especialistas, que citaram discussões com funcionários vietnamitas, dizem que os líderes do Vietnã estão hesitando, temendo uma possível retaliação da China.
"Dada a intensificação da competição China-EUA e a proximidade entre a China e o Vietnã, Hanói pode se sentir relutante em atualizar formalmente sua parceria abrangente com Washington", disse Bich Tran, membro do think tank Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês) de Washington.
Enquanto isso, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores declarou na quinta-feira (23) que uma aproximação americano-vietnamita aconteceria "na hora certa", e sublinhou as fortes relações de que os dois países já desfrutam.
Le Hong Hiep, membro sênior do ISEAS- Instituto Yusof Ishak de Cingapura, disse que não havia dúvida de que o Vietnã queria melhorar os laços com Washington, mas que era improvável que concordasse com isso em 2023. Na sua opinião, "o melhoramento [das relações] pode não ser mais uma prioridade para os Estados Unidos no futuro".
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