Panorama internacional

Lavrov: tirando os riscos, degelo de permafrost expande oportunidades para a Rússia no Ártico

O degelo do permafrost, embora represente riscos crescentes para a infraestrutura no Ártico, expande as oportunidades para a Rússia, em particular, para facilitar a entrega de cargas em áreas de difícil acesso por vias navegáveis, disse o chanceler russo Sergei Lavrov.
Sputnik
Hoje (22) em Yakutsk decorre uma conferência científica sobre a mudança climática e o degelo do permafrost.
Mais de 500 cientistas e especialistas de diferentes áreas de várias regiões da Rússia, bem como do Cazaquistão, Quirguistão, Mongólia, China, Índia, Brasil, EUA e Japão participam do evento, tanto pessoalmente quanto online.
O chanceler russo disse que, segundo as estimativas disponíveis, a taxa de aumento da temperatura na região polar é mais do que o dobro da média global.

"Como resultado do degelo do permafrost, os riscos para as infraestruturas criadas na região aumentam. Ao mesmo tempo, o aquecimento facilita a navegação pelas rotas fluviais e oceânicas do norte, expandindo as oportunidades de entrega de mercadorias em áreas inacessíveis do Extremo Norte", disse Lavrov.

Segundo o chanceler russo, as autoridades russas estão fazendo tudo o que é necessário para preservar a paz e a estabilidade, aumentar a sustentabilidade ambiental e garantir condições favoráveis para a exploração socioeconômica da zona russa do Ártico.
"A forma de fazer isso é estabelecer uma cooperação internacional mutuamente benéfica para o desenvolvimento do Extremo Norte com uma combinação equilibrada de aspectos sociais, econômicos e ambientais,"ressaltou.
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"O Ministério das Relações Exteriores continuará apoiando o estabelecimento e a manutenção de vínculos entre a comunidade científica nacional e os parceiros estrangeiros. Isto é particularmente relevante hoje em dia, uma vez que, por culpa de certos países hostis, muitos canais de comunicação diplomática oficial permanecem bloqueados, ou estão limitados a um conjunto mínimo de tópicos em debate", concluiu.
O Conselho do Ártico, estabelecido em 1996, é um fórum intergovernamental de alto nível para promover a cooperação na região, especialmente em matéria de proteção ambiental. O conselho integra a Dinamarca (incluindo a Groenlândia e as Ilhas Faroé), o Canadá, a Finlândia, a Islândia, a Noruega, a Rússia, a Suécia e os Estados Unidos.
A presidência rotativa do Conselho muda a cada dois anos. A presidência passou para a Rússia em maio de 2021. Em março de 2022, os Estados-membros ocidentais do Conselho anunciaram a suspensão de quaisquer atividades na entidade.
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