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Lula usará viagem à China para se aproximar do agronegócio e definir indicação ao STF, diz mídia

O percurso até o país asiático ajudará o presidente a definir a política interna de Brasília, uma vez que analisará a recepção para suas indicações ao STF e levará empresários do agronegócio e parlamentares bolsonaristas para se aproximar do setor e do Congresso, respectivamente.
Sputnik
A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China está sendo um dos assuntos mais comentados nos últimos dias, não só pela aproximação da data, como pelo tamanho da comitiva que vai seguir com o presidente para Pequim. Segundo é ventilado pela mídia, o grupo contará com 240 pessoas.
A visita também ajudará ao presidente entender melhor como lidar com assuntos bem internos da política brasileira. De acordo com a coluna de Bela Megale em O Globo, Lula sinalizou a aliados que pretende usar a viagem para testar os nomes de cotados que podem assumir a próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski no fim de abril, uma cadeira ficará vaga. Integrantes do governo relataram à coluna que a intenção do presidente é aproveitar a agenda para dividir o assunto com senadores que integrarão a comitiva brasileira e testar a aceitação dos nomes que estão no radar.
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Para assessores de Lula que têm tratado do tema, a viagem à China será a principal oportunidade para o petista sentir o clima junto aos parlamentares sobre os cotados, uma vez que seu escolhido precisará passar pela aprovação da Casa.
Ainda segundo a mídia, os dois nomes que despontam hoje como favoritos do presidente são o de seu advogado, Cristiano Zanin, e do jurista e ex-assistente de Lewandowski, Manoel Carlos de Almeida Neto. Corre também entre os cotados o nome do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.
Nomes importantes para aprovação, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e mais seis senadores confirmaram presença na viagem. Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a quem cabe pautar a sabatina do indicado por Lula ao Supremo, foi chamado, mas ainda não confirmou se irá, relata a mídia.
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Comitiva terá agronegócio e aliados de Bolsonaro

A comitiva que seguirá com Lula é grande. Além de ministros, senadores e deputados, 240 empresários também viajarão com o presidente, segundo o Itamaraty. Entretanto, o órgão da diplomacia brasileira deixou claro que o governo não vai custear as despesas dos empresários, apenas dos parlamentares.
Dos 240, 90 são do setor do agronegócio, em meio a estes, há alguns que contribuíram para a campanha de Jair Bolsonaro, além de parlamentares que deram sustentação à gestão anterior, segundo a mídia.
Entre os membros da comitiva que ajudaram a financiar a tentativa de reeleição de Bolsonaro, por exemplo, há o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de uma doação em nome de Hugo Leonardo Bongiorno, diretor na Avenorte, grupo do setor de avicultura, no valor de R$ 25 mil.
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Já na lista de parlamentares que apoiaram o ex-presidente e que farão parte da viagem estão os deputados federais Gutemberg Reis (MDB-RJ) e Fred Costa (Patriota-MG).
Em 2022, Gutemberg declarou voto em Bolsonaro dizendo que ele "foi um líder patriota, esforçado e que montou uma ótima equipe de governo". Agora, afirma que foi convidado por ser vice-presidente de duas frentes parlamentares: Brasil-China e BRICS.
De acordo com o jornal, a estratégia de Lula ao convidar os políticos e os empresários com vertente mais bolsonarista é estreitar laços com o agronegócio e tornar a base no Congresso mais sólida.
Contudo, ontem (20), foi noticiado que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, declinou o convite de Lula para ir à comitiva de acordo com o Estadão.
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A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009, e as trocas acontecem principalmente no campo dos grãos, entretanto, o governo brasileiro vai buscar reforçar os laços com Pequim e diversificar os produtos que exporta para o país, segundo o G1.
O Brasil quer vender mais itens industrializados, e não se concentrar somente em commodities, como soja e minério de ferro, disse o Itamaraty citado pela mídia.
O embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do MRE do Brasil, afirmou que há 20 acordos prontos para assinatura entre os dois países. Os acordos abrangem áreas diversas como: saúde, agricultura, educação, finanças, indústria, ciência e tecnologia.
A visita de Lula a Pequim, que foi um convite feito por Xi Jinping, acontecerá dos dias 26 a 31 de março.
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