Panorama internacional

Aportamento de navios militares do Irã no Rio sugere reforço dos laços Teerã-Brasília, diz analista

Os processos políticos que estão ganhando força na América Latina indicam um apelo por uma mudança fundamental na política externa e um declínio do papel dos Estados Unidos, observou Mojtaba Jelalzadeh, um especialista em política internacional iraniana, em um comentário à Sputnik.
Sputnik
Os navios da Marinha iraniana, o porta-helicópteros Iris Makran e a fragata Iris Dena, apesar da pressão dos americanos, atracaram na costa do Rio de Janeiro. Segundo o especialista, esperar-se em breve cooperação mais estreita entre Irã e Brasil em várias esferas.
"Observamos a presença de navios de guerra iranianos na área conhecida como quintal dos EUA. Nos últimos anos, devido às visões anti-imperialistas na América Latina e ao colapso dos governos influenciados pelos EUA, vimos que o antiamericanismo prevaleceu em sua política externa", disse Jelalzadeh.

"As visões a ações anti-imperialistas de Lula da Silva durante sua presidência anterior foram a base para o notável desenvolvimento das relações entre o Brasil e o Irã. Naquela época, os laços econômicos entre os dois países se fortaleceram e o comércio aumentou de 14 milhões para 3 bilhões de dólares [de R$ 73,09 milhões para 15,66 bilhões] por ano", observou Mojtaba Jelalzadeh.

"Durante a presidência anterior de [Lula] da Silva, um importante acordo trilateral foi assinado entre Teerã, Ancara e Brasília. Parece que durante este mandato presidencial, da Silva deve esperar um novo crescimento dos laços entre o Irã e o Brasil em vários campos, especialmente na esfera econômica", acrescentou.
Jelalzadeh considera que as uniões internacionais devem exercer uma influência significativa na esfera das relações internacionais e demonstrar o poder dos países independentes na política externa, especialmente as uniões de natureza inter-regional.

"O Brasil é um país em desenvolvimento que tem sido capaz de superar obstáculos e alcançar o desenvolvimento socioeconômico. [...] A união de duas potências de duas regiões pode fortalecer e ampliar a influência de cada uma delas tanto na própria quanto na outra região", enfatizou o cientista político.

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