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Carnaval: blocos e purpurina aliviam o comércio e fazem do Rio a capital da alegria (VÍDEO)

Purpurina, desfile na Sapucaí e uma profusão de blocos. A Sputnik Brasil foi às ruas do Rio de Janeiro para ouvir do comércio local como a cidade está se preparando para o Carnaval de 2023, "o maior show da Terra".
Sputnik
No Sambódromo da Marquês de Sapucaí ou nos blocos pelas ruas da cidade, o Carnaval marca uma época em que o Rio de Janeiro se transforma na capital mundial da alegria, com milhares de turistas do mundo inteiro chegando para curtir o chamado "maior show da Terra".
Além de render milhões à economia da cidade, seja pelo comércio ou pelo turismo, o Carnaval carioca faz parte da preservação da identidade cultural e religiosa do Brasil, sendo um evento singular no mundo.
Para 2023, o comércio lojista do estado projeta um aumento nas vendas de 2,5% em relação ao ano passado. A estimativa é do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (Sindilojas-Rio).
A Prefeitura do Rio espera uma movimentação econômica de R$ 4 bilhões no Carnaval deste ano, 12,5% a mais do que em 2020, a última festa completa antes da pandemia. Desse montante, só o Carnaval de rua deve ser responsável por R$ 1,2 bilhão, um crescimento de 20% em relação a 2020.
Foliões se beijam durante o bloco Banda de Ipanema, no Rio de Janeiro (RJ), em 1º de março de 2014
Para se ter uma ideia da importância econômica do Carnaval carioca, a festa no Rio é responsável por um terço de toda a movimentação econômica do país durante o período.
Cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Paulo são os destinos mais procurados, mas, para brincar nesses locais durante o feriado, as passagens aéreas podem ficar até 58,8% mais caras, na comparação com o mês de março, logo após o Carnaval.
Apesar da euforia que cerca o feriado mais aguardado pelos brasileiros, lojistas do setor de fantasias e adereços relataram à Sputnik Brasil dificuldades com as vendas neste ano até o momento. Para eles, o ritmo está abaixo do que era esperado e o principal culpado é a crise econômica que aflige o país.
Membros do bloco Desliga da Justiça saem fantasiados para o Carnaval, no Rio de Janeiro, em 14 de fevereiro de 2021
"Para este ano, acho que muitas pessoas estão reaproveitando fantasias do ano passado", disse Manuel Luna, gerente comercial de uma loja no Centro do Rio. Segundo ele, está faltando dinheiro no bolso dos brasileiros.

"A alimentação aumentou muito. O pessoal cuida mais da alimentação do que qualquer outra coisa", afirmou, lamentando os números do comércio.

Desfile do bloco Cordão da Bola Preta, no Centro do Rio de Janeiro, no dia 10 de fevereiro de 2018
Outros vendedores do Centro da cidade, como Elizabeth Vieira, também disseram que o movimento fraco tem relação com a falta de dinheiro da população. Para ela, o acúmulo de contas pesa no bolso dos brasileiros.
"Este Carnaval está mais fraco", disse ela, acrescentando que talvez seja "porque o pessoal está sem dinheiro, e também tem IPTU, IPVA, escola, tudo em cima. Estou sentindo o movimento de vendas mais fraco".
Entretanto, tratando-se de Rio de Janeiro, a maioria dos entrevistados apontou que não se pode desanimar, porque as vendas seguem até o último dia de festa. "É o jeitinho brasileiro", disse Elizabeth Vieira, "de ir deixando as coisas para fazer no último instante".
Desfile do bloco Cordão do Boi Tolo, no Centro do Rio de Janeiro, no dia 23 de fevereiro de 2020
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