Panorama internacional

Lavrov: Ocidente silencia cobertura de Hersh do Nord Stream

Ministro das Relações Exteriores russo diz ser "um sinal revelador" o silêncio da mídia ocidental sobre artigo de jornalista que relata os planos de Washington para explodir gasodutos.
Sputnik
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou os governos ocidentais, nesta quarta-feira (15), de tentar silenciar a cobertura da mídia sobre o artigo do jornalsta norte-americano Seymour Hersh relativo à explosão dos gasodutos Nord Stream.
O jornalista, que é vencedor do Prêmio Pulitzer, escreveu em um artigo na semana passada que o governo americano enviou mergulhadores da Marinha dos EUA para explodir três dos quatro cabos dos gasodutos russos Nord Stream, que correm para a Alemanha sob o mar Báltico. O jornalista disse que os detalhes dessa operação foram compartilhados com ele por uma única fonte com conhecimento direto do planejamento.
O artigo passou despercebido pelos principais jornais americanos e britânicos, o que Lavrov disse ser um sinal revelador de "governos ocidentais tentando manter a mídia sob controle".
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"É engraçado que nenhuma mídia ocidental tenha escrito sobre isso, deixando Seymour Hersh se virar sozinho nas redes sociais e em plataformas seletas da Internet", disse o ministro a jornalistas estrangeiros em Moscou.
"Imagine algo assim sendo atribuído à Rússia, por exemplo [um ataque] ao gasoduto canadense-americano. Você não teria mais nada para fazer. Você seria instruído a cobrir apenas isso", disse Lavrov.
A Casa Branca classificou o artigo de Hersh como mentira. O jornalista criticou o The New York Times e o The Washington Post por ignorarem abertamente tanto sua história sobre o gasoduto quanto os pedidos de investigação vindos da Rússia e da China.
Em 1970, Hersh recebeu o Prêmio Pulitzer de Reportagem Internacional por expor o assassinato em massa de civis desarmados por tropas dos EUA durante a Guerra do Vietnã. Ele também é autor de vários livros aclamados pela crítica. Hersh enfrentou críticas na década de 2010 depois de contestar a alegação de que o governo sírio usou armas químicas contra civis em Ghouta e relatou que os Estados Unidos mentiram sobre os eventos em torno do assassinato de Osama bin Laden.
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