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Pesquisa: pobreza afeta 63% do total de crianças e adolescentes no Brasil

Segundo dados divulgados nesta terça-feira (14) pelo UNICEF, situação de vulnerabilidade afeta 32 milhões de meninos e meninas no país, sendo o acesso a saneamento básico uma das maiores privações.
Sputnik
Pelo menos 32 milhões de meninas e meninos brasileiros de até 17 anos vivem na pobreza e sofrem com as múltiplas consequências que a situação de vulnerabilidade social acarreta, como a falta de acesso a saneamento básico, água potável, alimentação, educação, moradia, informação e renda. O número representa 63% do total da faixa etária no país.
Os dados são da pesquisa "As múltiplas dimensões da pobreza na infância e na adolescência no Brasil", publicada nesta terça-feira (14) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, na sigla em inglês). A pesquisa foi realizada pelo UNICEF com apoio da Fundação Vale e reúne dados coletados entre 2019 e 2022 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os resultados apontam que a situação de crianças em estado de vulnerabilidade social no Brasil se agravou durante a pandemia, afetando em especial aqueles que já viviam em situação de pobreza.
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"Entre crianças e adolescentes negros e indígenas, 72,5% estavam na pobreza multidimensional em 2019, versus 49,2% de brancos e amarelos. Entre os estados, seis tinham mais de 90% de crianças e adolescentes em pobreza multidimensional, todos no Norte e Nordeste", diz a pesquisa.
De acordo com a pesquisa, as principais privações que afetam meninas e meninos no Brasil são:
falta de acesso a saneamento básico (21,2 milhões de meninas e meninos);
privação de renda (20,6 milhões);
acesso à informação (6,2 milhões);
falta de moradia adequada (4,6 milhões);
privação de educação (4,3 milhões);
falta de acesso a água (3,4 milhões);
e trabalho infantil (2,1 milhões).
Segundo a chefe de Políticas Sociais, Monitoramento e Avaliação do UNICEF no Brasil, Liliana Chopitea, "os desafios são imensos e inter-relacionados".
"Para reverter esse cenário, é preciso políticas públicas que beneficiem não só as crianças e os adolescentes diretamente, mas também mães, pais e responsáveis, especialmente os mais vulneráveis", disse Liliana.
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