Panorama internacional

Mídia: desconfiado, Biden impõe condições para Lula falar de plano de paz para conflito ucraniano

O governo de Joe Biden impôs algumas "restrições" para que o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fale sobre o plano de criação de um "conselho" entre Estados independentes para ajudar nas tratativas de paz e estancar o conflito ucraniano.
Sputnik
De acordo com o colunista Jamil Chade, do site UOL, o governo Biden "exige" que Lula reconheça que apenas uma parte violaria o direito internacional (a Rússia, no caso) e que ucranianos seriam as vítimas dessa suposta intransigência.
A Casa Branca confirmou que o tópico está dentro dos temas que serão abordados pelos dois líderes americanos.
Ainda segundo o colunista, a proposta de Lula "não é vista com entusiasmo" pelo governo dos EUA.
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Lula já recusou enviar munições para a Ucrânia, após um pedido feito pelo primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz.
Embora condene a abordagem russa em sua operação militar especial no país vizinho pelas vias diplomáticas apropriadas, o Brasil mantém uma postura de neutralidade em relação ao conflito.
A ideia de Lula foi sugerida pelo presidente de Timor-Leste durante a posse presidencial brasileira, em 1º de janeiro. Na ocasião, José Ramos-Horta, prêmio Nobel da Paz, sugeriu ao líder recém-empossado a criação de uma mesa de negociações e mediação que envolvesse, além do Brasil, a Turquia, a China e a Indonésia.

De acordo com o jornalista, em Washington, "não é segredo o fato de que a guerra está sendo usada para enfraquecer a Rússia, considerada como uma ameaça" à hegemonia dos EUA.

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Não há, contudo, um entendimento, tampouco uma posição comum em relação ao conflito ucraniano.
Lula, por exemplo, discorda do envio de armas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), já que isso cria uma escalada de tensões.

"Talvez seja o caso de termos um acordo de estar em desacordo sobre isso", comentou um diplomata brasileiro sob condição de anonimato.

Desde 24 de fevereiro de 2022, a Rússia conduz uma operação militar especial na Ucrânia. O objetivo é a liberação de Donbass, após oito anos de bombardeios de tropas ucranianas contra a região, então em seu próprio território.
Anteriormente, a Rússia enviou uma nota aos países da OTAN sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia será um alvo legítimo para a Rússia. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que os países da OTAN brincam com fogo fornecendo armas à Ucrânia.
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