Notícias do Brasil

Rombo bilionário pode levar Americanas à falência?

A descoberta de um rombo financeiro de R$ 20 bilhões na Americanas, gigante do varejo brasileiro, colocou em xeque o futuro da companhia, que entrou em processo de recuperação judicial em razão das dívidas de mais de R$ 43 bilhões com 16,3 mil credores.
Sputnik
Bancos e corretoras se mobilizam na Justiça para receber os valores devidos pela empresa, que agora trabalha por uma renegociação para continuar funcionando.
Segundo informou reportagem do Metrópoles, o caso, apontado por analistas e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como uma enorme fraude fiscal, divide os três sócios principais da empresa, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
De acordo com o portal, Telles não pretende investir bilhões para salvar a varejista. Sicupira, incumbido de negociar com os credores, estaria disposto a colocar R$ 1 bilhão do próprio bolso para avançar com as negociações. Lemann, que chegaria ao Brasil nesta semana, mudou os planos e aterrissou em Nova York.
O dissenso entre os sócios, que estão juntos desde 1970 e comandam empresas como a Ambev, dá mais um sinal de que a crise não será de fácil resolução.
A fraude fiscal da Americanas foi tema do episódio do podcast Jabuticaba Sem Caroço, da Sputnik Brasil, que foi ao ar nesta segunda-feira (6). Para especialista ouvido pelas jornalistas Bárbara Pereira e Francini Augusto, o cenário de falência da Americanas é difícil de se imaginar e a empresa tende a se recuperar.
Notícias do Brasil
Vai ou racha? Analistas apontam que 'tríade' de ministros na Economia tem 'grande chance de sucesso'
O advogado Daniel Báril, sócio do escritório Silveiro Advogados e especialista na área de insolvência e reestruturação de empresas, acredita que "de alguma forma a Americanas tem uma chance concreta de se recuperar e de evoluir", evitando uma falência.

"A Americanas está bem assessorada, tem bons escritórios, é um processo em que vai estar uma série de operadores do direito, então a tendência é de aprovação de um plano alongado de pagamento, com descontos. Além disso, ela tem acionistas controladores que são muito fortes financeiramente e importantes no mercado até por conta da questão de risco. Me parece que para eles faz sentido não deixar essa empresa quebrar, não só pelo patrimônio mas pela reputação que está em jogo. Então, se eu pudesse apostar as minhas fichas, eu apostaria que a Americanas conseguiria se recuperar. Aprovar um plano com descontos e, a longo prazo, pensar na reestruturação do negócio", aposta Báril.

"A ideia do processo da recuperação judicial é socializar esses prejuízos e manter a empresa preservada e viva para continuar gerando caixa, gerando riqueza, movimentando a economia, gerando e pagando tributos e assim por diante. Obviamente, qualquer empresa que entra em recuperação judicial está em uma situação de crise em que pode acontecer uma falência. A gente tem que entrar nos números da companhia, entender um pouco mais a fundo a operação. Os números não são indicativos de grande coisa até que venha uma auditoria e possa fazer um relatório mais adequado e mais assertivo, coisa que aparentemente a gente não tinha", explica o advogado.
Para Báril, é muito importante que a Americanas trabalhe para conseguir "trazer de volta para si a reputação, a credibilidade e o relevo que ela tinha para continuar girando o e-commerce dela, a operação, as lojas, a cadeia de fornecedores, suprindo de maneira adequada".
Notícias do Brasil
Se Lula convencer agro a resgatar áreas degradadas, retorno econômico será ainda maior, diz analista
Comentar