Panorama internacional

Combate ao narcotráfico: Brasil, Argentina e Paraguai assinam acordo contra a expansão do PCC

O Primeiro Comando da Capital (PCC), um dos grupos criminosos brasileiros mais importantes da América Latina, está expandindo suas redes na região e as autoridades argentinas veem um risco potencial à segurança nacional.
Sputnik
Em decorrência de vários atos criminosos ocorridos nas últimas semanas, autoridades das forças de segurança argentinas têm se reunido com seus homólogos do Paraguai e do Brasil para analisar os indícios da atuação do grupo narcocriminoso brasileiro nas fronteiras entre os países.

Roubo de monomotores

Os roubos de aeronaves que vêm ocorrendo na província de Chaco, no nordeste do país, na fronteira com o Paraguai, chamaram atenção da polícia. No dia 18 de janeiro, um avião Cessna roubado de um aeroclube do Chaco caiu pouco depois em um campo. Seus cinco tripulantes, presumivelmente traficantes de drogas paraguaios, morreram no acidente.
Pouco depois do caso, a ministra da Segurança do Chaco, Gloria Zalazar, se reuniu com membros da Polícia paraguaia que viajaram à Argentina para colaborar na investigação, que apontaria para o envolvimento do PCC, informou o La Nación.
Autoridades argentinas acreditam que o PCC esteja por trás dos roubos de aviões, algo que também aconteceu no lado paraguaio da fronteira. Eles também estimam que as aeronaves são usadas para traficar cocaína da Bolívia para Argentina, Brasil e Paraguai.
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Esses aviões "são muito valorizados pelo narcotráfico porque são leves, têm muita autonomia e uma capacidade de carga bastante grande", disse ao Clarín o procurador-geral do Chaco, Jorge Canteros.

Tráfico de armas

Em Buenos Aires também foram realizadas reuniões com as forças de segurança brasileiras para analisar as ações criminosas na fronteira binacional, em especial o papel do PCC na movimentação de armas de grande poder de fogo, utilizadas em golpes criminosos em território argentino.
O poderoso armamento também foi utilizado pelo PCC em ações criminosas no Paraguai, onde utilizou metralhadoras antiaéreas de alto calibre montadas em caminhões para realizar seus ataques.
O tráfico de armas é um dos muitos crimes transnacionais que preocupam as autoridades da Argentina, Brasil e Paraguai. O La Nación informou que nos primeiros dias de janeiro foi descoberta uma manobra que visava abastecer o PCC com armamento militar do Paraguai. O arsenal camuflado em sacos de arroz, como pistolas, espingardas e fuzis, foi interceptado pela Polícia Brasileira em Iporá, no Paraná, sudoeste do país, a poucos quilômetros da fronteira com o Paraguai.
Nesse contexto, o Ministério da Segurança da Argentina e a Polícia Federal do Brasil assinaram no dia 24 de janeiro um acordo de cooperação em inteligência criminal para a "prevenção e abordagem de atividades ilegais transnacionais".
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