Operação militar especial russa

Rejeitando helicópteros russos, Ucrânia aceitou modelos envolvidos em incidentes, diz especialista

Três altos responsáveis ucranianos perderam na quarta-feira (18) a vida após a queda de um Super Puma francês. No entanto, um especialista referiu que esta não foi a primeira vez que ocorrem tais acidentes.
Sputnik
Na quarta-feira (18) um helicóptero Super Puma que transportava o ministro do Interior, o vice-ministro do Interior e o secretário de Estado da Ucrânia caiu fatalmente em Brovary.
Segundo o comando da Força Aérea da Ucrânia, o helicóptero foi doado pela França ao Ministério do Interior e ao serviço para situações de emergência ucranianos.
"Este modelo apareceu não há tanto tempo assim, embora o programa do próprio Puma francês tenha aparecido há 45 anos. Ele começou com um helicóptero que pesava 8,3 toneladas, mas foi sendo gradualmente melhorado. Agora o último dos modelos já era de 11 toneladas", explicou Yevgeny Matveev, coronel na reserva e especialista técnico militar.
Como ele indicou, o Super Puma fez seu primeiro voo em 2000, sendo utilizado principalmente em voos para transportar trabalhadores petrolíferos para plataformas marítimas. No entanto, seus problemas começaram por volta de 2009, quando um exemplar caiu. Em 2012 houve um novo acidente, do qual as 19 pessoas a bordo foram resgatadas. Na época uma engrenagem do redutor principal foi apontada como potencialmente problemática.
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Um novo acidente na Noruega em 2016 confirmou as dúvidas. Na época, o rotor principal, ou seja, as pás, se separou do helicóptero, a aeronave caiu e todas as 12 pessoas a bordo morreram. Uma rachadura na engrenagem principal por fadiga, um defeito de projeto e fabricação, fez com que as companhias petrolíferas desistissem dos serviços deste helicóptero. 150 helicópteros também perderam sua utilidade depois que em 2014 os preços do petróleo caíram.
Os bancos franceses que possuíam esses helicópteros, relata Matveev, queriam evitar os custos de manutenção de helicópteros que não eram usados, então eles foram reorientados para serviços de busca, resgate, emergência e tarefas semelhantes. A Ucrânia acabou sendo a última cliente de 55 helicópteros da França para substituir modelos russos, incluindo 21 Super Puma, a partir do final de 2018, entre os quais o exemplar que matou altos responsáveis de Kiev.
"Eles [Ucrânia] rejeitaram [os helicópteros russos] porque os russos são 'maus' e os franceses são 'bons', e agora essa carta será jogada. Mas o fato de o Puma ser inferior ao nosso Mi-8 é óbvio. Somos maiores em tamanho, somos melhores em capacidade de carga útil", resumiu Matveev.
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