Ciência e sociedade

Pesquisa de civilização maia na Guatemala revela 'economia de mercado' e 'supermercados' da época

Uma pesquisa dirigida por uma professora de antropologia norte-americana chegou à conclusão que muitos dos processos econômicos na cultura mais se assemelham aos atuais.
Sputnik
Os maias que viveram no planalto centro-oeste da atual Guatemala há mais de 500 anos possuíam uma economia de mercado e avançado intercâmbio de mercadorias, sugere um estudo publicado na revista Latin American Antiquity.
Rachel Horowitz, professora assistente de antropologia na Universidade Estadual de Washington, EUA, e principal autora da pesquisa, concentrou suas pesquisas no período Maia Pósclássico (1200-1524). Ela fez análises geoquímicas e tecnológicas de objetos de obsidiana, uma rocha de vidro usada para fazer ferramentas e armas, coletados nos anos 1970 perto do sítio arqueológico Cumarcaj, no departamento guatemalteco de El Quiché.
Horowtiz determinou que a elite dominante daquele período adquiria obsidiana de fontes similares na região do Quiché Central e Cumarcaj, o que indica um alto grau de controle centralizado, explica uma declaração divulgada na quinta-feira (5) pela universidade. Eles também conseguiram promover o comércio de formas valiosas de obsidiana de outras regiões, particularmente da Pachua, do atual México.
Ciência e sociedade
Civilização maia com pirâmide de 2 mil anos é encontrada na Guatemala (FOTO)
No entanto, fora da região central conquistada pela elite quiché, a situação era diferente. A análise do pesquisador aponta para a existência de locais especializados, desenvolvidos junto de fontes de obsidiana, onde as pessoas compravam diferentes ferramentas feitas por artesãos.
"Os acadêmicos geralmente assumiam que o comércio de obsidiana era administrado pelos governadores maias, mas nossa pesquisa mostra que não foi assim, pelo menos nesta área. As pessoas parecem ter tido uma significante liberdade econômica, incluindo podiam ir a lugares semelhantes aos supermercados de hoje para comprar e vender produtos a artesãos", concluiu Horowitz.
Para a pesquisadora, tais paralelos revelam uma vida no passado mais semelhante à atual do que se pensa.
Comentar