Na carta, os legisladores Jack Reed e James Inhofe instaram a administração do presidente Joe Biden a não enviar ou vender os submarinos de propulsão nuclear da classe Virginia à Austrália antes que a Marinha norte-americana cumprisse seus requisitos vigentes.
"Ao longo do ano passado, nos tem preocupado cada vez mais o estado da base industrial de submarinos dos Estados Unidos, bem como a sua capacidade de apoiar o almejado projeto AUKUS SSN [submarino nuclear]. Acreditamos que as condições atuais exigem uma avaliação sóbria dos fatos para evitar que a base industrial de submersíveis dos EUA chegue a um ponto de ruptura", aponta a carta.
Neste sentido, os legisladores enfatizaram que a intenção inicial de apoiar Reino Unido e Austrália, além de criar vantagens competitivas a longo prazo para os EUA e seus aliados no Pacífico, poderia se tornar "um jogo de soma zero para os poucos e muito avançados SSN americanos" da classe Virginia.
Além disso, os legisladores instaram Biden a optar por uma abordagem "não prejudicial" nas negociações sobre a cooperação AUKUS e garantir que os interesses de segurança de Washington não fossem "reduzidos". "Não podemos ignorar a realidade contemporânea."
Argumentando o posicionamento, Reed e Inhofe, que se aposentou do Congresso, indicaram que o programa dos submarinos de ataque da classe Virginia tem passado por problemas nos últimos anos. Em especial, indicaram que, em média, só foi entregue 1,2 submarino desse tipo por ano nos últimos cinco anos.
A Marinha dos EUA tem defendido há muito tempo a necessidade de possuir 66 submersíveis da classe Virginia. Neste contexto, os políticos enfatizaram que agora o país tem apenas 50 submarinos, vindo esta quantidade a ser reduzida para 48 até 2027, quando as unidades mais obsoletas começarem a ser retiradas do serviço mais rápido do que a entrega de novos aparelhos.