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Por rejeição a Lula, chefe da Marinha rompe tradição e não vai à cerimônia de passagem de comando

Pela primeira vez desde a redemocratização um ex-comandante da Marinha não participa da cerimônia de passagem de comando. Decisão de alto oficial mostra a persistente rejeição de uma parte da ala militar ao governo Lula.
Sputnik
Na troca de chefia da Marinha que aconteceu nesta quinta-feira (5), o comandante Almir Garnier Santos resolveu faltar a tradicional cerimônia de passagem de comando da Força e não entregou o comando da organização militar a Marcos Sampaio Olsen, que assumiu o cargo.
De acordo com a Folha de São Paulo, o motivo citado por pessoas próximas ao militar, a decisão de Santos de faltar ao evento ocorreu por questões políticas e contrariedades que ele expressou com a vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A ausência do comandante na cerimônia de passagem de comando não ocorreu nem nos momentos mais tensos para a Força desde o fim da ditadura militar.
A mídia relata que Santos já queria entregar o posto antes do petista assumir, mas acabou seguindo a orientação do Conselho de Almirantes e ficou até o final do mandato.
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Nas trocas de comando do Exército e da Aeronáutica, os indicados por Bolsonaro, general Freire Gomes e brigadeiro Baptista Junior, estiveram presentes para a cerimônia de posse dos nomeados pelo petista.
Almir Ganier Santos enviou um texto a ser lido no evento, no qual desejou boas realizações ao ministro da Defesa José Múcio Monsteiro.
Ao longo de todo processo eleitoral do ano passado, e antes mesmo dele acontecer, a forte resistência do setor militar e das Forças Armadas ao presidente e à sua chegada à presidência da República novamente é pública, e até o momento, se expressa através de decisões tomadas por membros militares.
Sobre o novo comandante da Marina, Marcos Sampaio Olsen é um almirante de Esquadra considerado pelos pares como habilidoso e pacificador. Ele ocupou funções de liderança desde que foi promovido a almirante, em 2011, como comandante de Operações Navais e comandante da Força de Submarinos, relembra a mídia.
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