Panorama internacional

Kiev estima custo de reconstrução da Ucrânia contando com ativos russos congelados pelo Ocidente

Os números variam de US$ 700 bilhões (cerca de R$ 3,8 trilhões) a US$ 1 trilhão (aproximadamente R$ 5,4 trilhões), já que Kiev cobiça a utilização de ativos russos congelados em bancos ocidentais.
Sputnik
O primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmygal, disse na terça-feira (3) que "mais de US$ 700 bilhões" vão ser necessários para reparar os danos causados pelo conflito, o dobro da estimativa dada por Kiev em junho. O presidente Vladimir Zelensky estimou o valor em US$ 1 trilhão no final de dezembro.
"Juntamente com o Banco Mundial, planejamos realizar outra verificação das necessidades da Ucrânia para uma rápida recuperação", disse Shmygal na reunião do gabinete em Kiev, segundo a agência de notícias UNIAN. "Deixem-me lembrar-lhes de que tínhamos essa estimativa no início de junho. Então, o valor foi de US$ 350 bilhões [cerca de R$ 1,9 trilhão] em danos. Dados os últimos ataques à nossa infraestrutura, hoje esse valor chega a mais de US$ 700 bilhões", afirmou.
Enquanto isso, ele disse que Kiev pretende usar os US$ 426,6 milhões (mais de R$ 2,3 bilhões) já confiscados de bancos russos na reconstrução de residências destruídas nos combates. O dinheiro "já está na conta especial", disse Shmygal ao governo.
Este é um valor menor do que Zelensky citou em um comunicado no início de agosto, quando disse que Kiev havia apreendido "28 bilhões de hryvnias" (aproximadamente R$ 4,1 bilhões). A avaliação de danos de Shmygal também foi de cerca de US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,6 trilhão) sob a reivindicação de trilhões de dólares de Zelensky — que foi feita na última sexta-feira (30), dia em que a União Europeia (UE) deu sua própria estimativa de € 600 bilhões (mais de R$ 3,4 trilhões).
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As reivindicações conflitantes vêm em meio a relatos da crescente disposição de alguns políticos da UE de entregar os ativos russos congelados a Kiev. Os EUA e seus aliados do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) apreenderam cerca de € 300 bilhões (cerca de R$ 1,7 trilhão) em reservas pertencentes ao Banco Central russo, bem como bilhões em ativos pertencentes a empresários russos na lista de indivíduos sancionados individualmente.
Bloomberg informou na terça-feira (3) que o governo alemão estava dividido sobre o assunto, mas estaria disposto a apoiar o confisco com a condição de que as questões legais fossem resolvidas e que outros países ocidentais fizessem o mesmo.
No mês passado, o líder ucraniano revelou que contratou a empresa de gestão de ativos norte-americana BlackRock para "aconselhar o governo ucraniano sobre como estruturar os fundos de reconstrução do país".
Zelensky também propôs um "plano de paz" com dez pontos, segundo o qual a Rússia pagaria reparações à Ucrânia por décadas e se submeteria a um tribunal de crimes de guerra. Moscou descartou a sugestão classificando-a como um "absurdo".
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