Panorama internacional

Empresas alemãs planejam aumentar investimentos na África em meio à alta de preços de energia

De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Empresarial Alemão-Africana, espera-se que as principais áreas de investimento das empresas alemãs sejam o hidrogênio e o gás natural liquefeito (GNL), já que a maior economia da Europa tem buscado reduzir sua dependência das fontes de energia russas.
Sputnik
Pelo menos 43% das empresas alemãs ativas na África devem aumentar seus investimentos no continente durante 2023, mostrou uma pesquisa realizada pela Associação Empresarial Alemão-Africana.
A pesquisa, realizada entre membros da associação, que representa cerca de 85% das empresas alemãs ativas na África, também constatou que 39% delas estão dispostas a manter seus níveis de gastos na África estáveis durante 2023.
"A maioria das empresas quer expandir suas atividades no próximo ano", disse o chefe da associação, Christoph Kannegiesser. "Faz sentido, porque o continente ainda está em uma trajetória de crescimento."
O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, revelou na Cúpula de Negócios Alemão-Africana de dois dias, realizada em Joanesburgo, África do Sul, em dezembro, que as empresas alemãs investiram cerca de € 1,68 bilhão (cerca de R$ 9,3 bilhões) na África em 2021, incluindo € 1,1 bilhão (aproximadamente R$ 6,1 bilhões) na região subsaariana.
A pesquisa sugere que as empresas alemãs devem buscar aumentar suas atividades nas áreas de hidrogênio e GNL, visto que a Alemanha, assim como outros membros da União Europeia (UE), tem procurado novos exportadores de energia para reduzir sua dependência da energia da Rússia desde que Moscou lançou sua operação militar especial na Ucrânia.
"O campo de hidrogênio verde e gás liquefeito dará um novo impulso a muitos países", disse Kannegiesser, destacando Senegal, Nigéria, Namíbia e Mauritânia como destinos potenciais para investimentos alemães.
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O interesse dos investidores europeus na África ocorre em meio à alta de preços da energia nos países da UE que, segundo o Conselho Europeu, atingiram níveis recordes em 2022.
Segundo o Eurostat, os preços da eletricidade e do gás no bloco europeu aumentaram acentuadamente no primeiro semestre de 2022 em comparação com o mesmo período de 2021. Os preços da eletricidade aumentaram de € 22 (cerca de R$ 122) por 100 kWh para € 25,3 (cerca de R$ 141) por 100 kWh, enquanto os preços do gás atingiram € 8,6 (cerca de R$ 47,95) por 100 kWh, acima dos € 6,4 (cerca de R$ 35,69) por 100 kWh em 2021.
O rápido aumento ocorre quando em fevereiro de 2022, a Alemanha e outros países da UE impuseram sanções contra a Rússia após sua operação militar especial na Ucrânia.
Após a imposição de vários pacotes de sanções contra o setor de energia da Rússia e ataques terroristas à infraestrutura de energia russa, entre outras coisas, os preços globais do gás dispararam.
Embora a UE tenha diminuído seu consumo de gás natural russo, ela está tentando substituir a quantidade perdida por gás natural liquefeito de outros produtores, incluindo os EUA, Oriente Médio e África.
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