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Atirador de Paris admite 'ódio patológico' a imigrantes, revela procurador (FOTOS, VÍDEOS)

Um interrogatório policial lança luz sobre os motivos que fizeram o atirador de Paris cometer o crime.
Sputnik
O atirador que disparou e matou três pessoas na capital francesa admitiu aos investigadores que o massacre foi motivado por seu antigo ódio aos estrangeiros, disse o procurador de Paris no domingo (25).
Durante o interrogatório, o suspeito teria dito que desenvolveu um "ódio por estrangeiros que se tornou totalmente patológico" após um roubo em sua casa em 2016, disse a promotora Laure Beccuau em um comunicado.
Pessoas protestam ao lado de uma barricada em chamas durante manifestação contra o recente tiroteio perto do centro cultural curdo em Paris, 24 de dezembro de 2022
O homem, de 69 anos, se descreveu como alguém "depressivo" e "suicida" e supostamente planejava se matar com a última bala. Ele inicialmente procurou atingir a população imigrante no subúrbio de Seine-Saint-Denis, no norte de Paris, mas mudou de ideia depois de ver "poucas pessoas" na área e achar suas roupas muito desconfortáveis para recarregar a arma com rapidez suficiente.
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Em vez disso, ele abriu fogo em um centro cultural curdo e em um café próximo na sexta-feira (23), matando dois homens e uma mulher e ferindo outras três pessoas no 10º distrito de Paris. Anteriormente identificado como "William M." pela mídia francesa, o maquinista aposentado estava supostamente armado com uma pistola Colt 1911 do Exército dos Estados Unidos, junto com vários pentes carregados.
O procurador acrescentou que os investigadores foram forçados a interromper o interrogatório por "motivos médicos" no sábado (24) e transferir o suspeito para um centro psiquiátrico da polícia. Nesse ínterim, a polícia fez uma busca na casa de seus pais, onde ele morava, mas não encontrou nenhuma evidência que o ligasse a uma "ideologia extremista".
Caos no centro de Paris, veículos capotados e incendiados. Conflitos em andamento.
Manifestantes diante de policiais de choque após declaração do ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, no local onde vários tiros foram disparados ao longo da rua d'Enghien no 10º bairro, em Paris, 23 de dezembro de 2022
No entanto, as autoridades reconheceram anteriormente que o suspeito tinha um histórico de violência contra imigrantes e havia acabado de ser libertado da detenção enquanto aguardava julgamento por um ataque a faca em um acampamento de imigrantes em Paris há um ano. Ele também foi condenado por violência armada em 2016 – uma decisão da qual ele recorreu.
Caso você tenha perdido, Paris está passando por tumultos pelo assassinato de três curdos em um tiroteio em massa na sexta-feira.
O ataque provocou agitação em massa no fim de semana, quando moradores locais chocados exigiram justiça e acusaram a polícia de ignorar as ameaças à comunidade curda. O protesto logo se tornou violento, com multidões enfurecidas atirando projéteis na polícia, virando vários carros e quebrando vitrines. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e prendeu pelo menos 11 pessoas em uma tentativa de conter a violência, e mais tarde disse que mais de 30 policiais ficaram feridos em confrontos.
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