Operação militar especial russa

'Não entendeu nada': Kiev critica Kissinger após propor plano de paz 'através da negociação'

Um funcionário da administração ucraniana de Vladimir Zelensky não deu uma boa opinião de um artigo do ex-secretário de Estado dos EUA, que propôs deixar a Ucrânia e a Rússia livres.
Sputnik
Mikhail Podoliak, assessor do chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, criticou Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos EUA, por suas declarações de que chegou o momento de "alcançar a paz [na Ucrânia] através da negociação".
O ex-alto responsável americano escreveu no sábado (17) na revista britânica The Spectator um artigo intitulado "Como evitar outra guerra mundial", no qual disse que "o objetivo de um processo de paz seria duplo: confirmar a liberdade da Ucrânia e definir uma nova estrutura internacional".
Kissinger discordou da opinião de que, após o conflito na Ucrânia, a Rússia deveria se tornar um país "impotente". Segundo ele, "a Rússia tem contribuído decisivamente para o equilíbrio global e o equilíbrio de poder por mais de meio milênio. Seu papel histórico não deve ser degradado", argumentou.
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Segundo ele, em breve será o momento de "aproveitar as mudanças estratégicas", para que a Rússia encontre "um lugar nessa ordem".
Podoliak reagiu declarando que após dez meses de conflito na Ucrânia, Kissinger "não entendeu nada": nem "a natureza" do conflito, nem "sua influência sobre a ordem mundial".
"A receita que o ex-secretário de Estado pede, mas tem medo de dizer em voz alta, é simples: apaziguar o agressor sacrificando parte do território da Ucrânia com garantias de não agressão contra outros Estados do Leste da Europa", criticou o funcionário, descrevendo a via diplomática como uma "solução fácil".
Após o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia em fevereiro, as partes realizaram várias rodadas de conversações, mas elas foram interrompidas passados poucos meses.
Moscou tem repetidamente sublinhado que está sempre pronto para o começo das negociações, enquanto Kiev recusa o fazer sem "recuperar" territórios por via militar.
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