Panorama internacional

Temores sobre suposta ameaça russa aumentam 'capacidade dos EUA para produzir armas', diz mídia

O Senado dos EUA aprovou um projeto de lei de Autorização de Defesa Nacional na última quinta-feira (15), concedendo um recorde de US$ 858 bilhões em gastos militares do país em 2023. O documento agora segue para assinatura do presidente Joe Biden.
Sputnik
A expectativa é que os crescentes gastos militares de Washington criem um novo "boom" para os fabricantes de armas dos EUA, informou um jornal norte-americano.
O meio de comunicação argumentou que a combinação do conflito na Ucrânia "e a preocupação com ameaças de longo prazo [supostamente emanadas] da Rússia e da China estão impulsionando um esforço bipartite para aumentar a capacidade dos EUA de produzir armas".
O jornal lembrou que, no início desta semana, o Senado dos EUA aprovou um orçamento militar nacional para o atual ano fiscal, que é de cerca de US$ 858 bilhões (cerca de R$ 4,5 trilhões), US$ 45 bilhões (aproximadamente R$ 239,1 bilhões) acima da quantia solicitada pelo presidente Joe Biden.
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O jornal citou uma análise do Centro de Avaliações Estratégicas e Orçamentárias, um think tank que pontuou que "neste nível, o orçamento do Pentágono terá crescido 4,3% ao ano nos últimos dois anos — mesmo após a inflação — em comparação com uma média de menos de 1% ao ano em dólares reais entre 2015 e 2021."

A agência também citou o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, dizendo que o conflito na Ucrânia expôs deficiências no complexo militar-industrial do país que devem ser abordadas para garantir que os EUA sejam "capazes de apoiar a Ucrânia e lidar com contingências em qualquer parte do mundo."
A Lockheed Martin, maior empreiteira militar dos EUA, que reservou mais de US$ 950 milhões (cerca de R$ 5 bilhões) em seus próprios pedidos militares de mísseis do Pentágono, já está capitalizando esse movimento. Outra empreiteira de defesa dos EUA, a Raytheon Technologies Corporation, recebeu mais de US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 10,6 bilhões) em contratos "para fornecer sistemas de mísseis para expandir ou reabastecer armas usadas para ajudar a Ucrânia", de acordo com a mídia.
Ainda de acordo com o jornal, os gastos militares dos EUA no próximo ano "estão a caminho de atingir seu nível mais alto em termos ajustados pela inflação desde os picos das guerras do Iraque e do Afeganistão entre 2008 e 2011, e o segundo mais alto em termos ajustados pela inflação desde a Segunda Guerra Mundial — um nível que é mais do que os orçamentos para as próximas dez maiores agências ministeriais combinadas."
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O relatório da agência vem depois que republicanos seniores que supervisionam as relações exteriores exigiram informações detalhadas do Gabinete de Auditoria do Governo (GAO, na sigla em inglês) na semana passada sobre a assistência militar de Washington a Kiev.
Em uma carta ao GAO, o líder do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, o republicano Michael McCaul, e o senador Jim Risch, membro do painel de Relações Exteriores do Senado, escreveram que desejam informações sobre como o governo dos EUA está monitorando quase US$ 14,9 bilhões (cerca de R$ 79,1 bilhões) em fundos que foram alocados para a Ucrânia e desembolsados através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) e do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
Desde o início do ano, os EUA e seus aliados entregaram mais de US$ 40 bilhões (cerca de R$ 212,5 bilhões) em assistência militar a Kiev. Moscou alertou repetidamente contra o fornecimento de armas a Kiev, algo que o Kremlin diz contribuir apenas para aumentar ainda mais o conflito na Ucrânia.
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