Panorama internacional

Macron destaca desigualdade entre Europa e EUA na questão energética

O líder francês mostrou preocupação com a situação relativamente à compra e venda de energia nos dois lados do Atlântico, que qualificou como desequilibrada.
Sputnik
O presidente francês Emmanuel Macron destacou alguma tensão nas relações entre a Europa e os EUA, com Washington vendendo gás a um preço muito superior ao praticado no seu próprio mercado.
"Acho que esta administração e o presidente [americano Joe] Biden pessoalmente estão muito ligados à Europa, mas quando você olha para a situação hoje, há de fato uma dessincronização. Por quê? É a energia. A Europa é um comprador de gás e petróleo. Os EUA são um produtor", explicou Macron em uma entrevista de domingo (4) à emissora CBS News.
O presidente francês notou que as indústrias e domicílios dos EUA e da Europa compram gás e petróleo a preços diferentes, o que, diz, cria uma grande desigualdade que afeta o poder de compra e a competitividade nos países afetados.
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"Com o gás natural russo drasticamente cortado, a Europa está comprando mais dos Estados Unidos, mas a um preço até seis vezes maior do que os americanos pagam. Isto em um período em que a inflação e o desemprego na França estão oscilando em torno de 7%", sublinhou o alto responsável.
Sobre a situação na Ucrânia, Macron assegurou que a Europa e os EUA estão envolvidos neste conflito "pelos mesmos princípios", mas que o custo deste envolvimento é diferente em ambos os lados do Atlântico.
Durante a visita oficial do presidente da França aos EUA entre terça-feira (29) e sexta-feira (2), ele se reuniu com Biden para discutir a situação na Ucrânia, a economia, o comércio, a energia e a cooperação espacial.
A União Europeia reduziu drasticamente suas importações do gás russo após o começo da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, reduzindo sua dependência energética de Moscou, mas pagando mais e aumentando a dependência energética dos EUA. Isso contribuiu para os maiores níveis de inflação nos Estados-membros em décadas e a desaceleração econômica do bloco.
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