Panorama internacional

Ao assumir G20, Índia apoia participação da Rússia e rejeita boicote do Ocidente

Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Arindam Bagchi falou sobre como será a presidência do país à frente do G20.
Sputnik
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Arindam Bagchi, disse nesta quinta-feira (1º) que o "esforço" de Nova Deli no comando do G20 vai no sentido de garantir que o grupo seja capaz de responder em "uma só voz" aos desafios urgentes que o mundo enfrenta, particularmente os países de baixa e média rendas do Sul Global.

"Como presidente do G20, nosso esforço é o de construir consenso, e tentamos fazer isso nas etapas finais da cúpula de Bali [na Indonésia, realizada no mês passado]", afirmou Bagchi.

Quando a Índia assumiu a presidência do G20, na segunda-feira (28), o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse que "despolitizar" as cadeias de abastecimento de fertilizantes e alimentos é a prioridade para Nova Deli.
A Índia espera a "participação" total da Rússia em todas as reuniões do G20 sob sua presidência, rejeitando os apelos do Ocidente para boicotar Moscou no agrupamento intergovernamental em razão de sua operação militar especial na Ucrânia.
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O porta-voz alertou que a situação acerca dos altos preços dos alimentos, fertilizantes e combustíveis é um dos problemas mais importantes enfrentados pelos países em desenvolvimento no momento.
O funcionário do governo indiano também destacou a reforma do sistema liderado pelo Ocidente, que está em vigor desde o fim da Segunda Guerra Mundial, dando maior peso às nações em desenvolvimento.
As tensões geopolíticas entre EUA, União Europeia (UE) e outros aliados ocidentais e a Rússia sobre a crise na Ucrânia se espalharam nas reuniões do G20 deste ano.
Em um exemplo, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, e seus colegas do Reino Unido, Canadá e UE saíram da reunião dos ministros das Finanças do G20 em Washington, em julho, assim que as autoridades russas começaram a se dirigir à reunião virtualmente.
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O G20 sob a presidência da Indonésia, que terminou no mês passado, concordou com apenas uma declaração conjunta, que foi divulgada após a reunião de cúpula em Bali.
O comunicado do G20 reconheceu "avaliações diferentes" da situação na Ucrânia e o efeito das sanções ocidentais contra Moscou, que levaram a uma espiral nos preços de alimentos, combustíveis e fertilizantes em todo o mundo.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que representou Moscou na cúpula, observou que as potências ocidentais estão tentando politizar a declaração do G20.
Índia, China e Indonésia, bem como várias outras grandes nações de renda média, recusaram-se a apoiar a posição ocidental contra Moscou.
Pelo contrário, Nova Deli e Pequim reforçaram os seus laços energéticos e comerciais com a Rússia devido aos elevados preços das matérias-primas.
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