Panorama internacional

'Não há espaço para ressentimento na política': Erdogan fala sobre normalizar relações com a Síria

Neste domingo (27), o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que não pode descartar a normalização das relações com a Síria em um futuro próximo. A Turquia tem relações tensas com a Síria e já realizou diversas operações militares no país para combater grupos curdos.
Sputnik
A declaração foi publicada pela agência de notícias turca Anadolu. Erdogan comparou a relação entre Ancara e Damasco com as relações entre Turquia e Egito, que têm dado passos em direção à normalização.

"[...] Os laços com a Síria podem seguir o mesmo caminho [dos laços com o Egito] no próximo período; não há espaço para ressentimentos na política", disse Erdogan.

Na semana passada, a Turquia lançou uma nova ofensiva contra os curdos sírios. Ancara acredita que as regiões autônomas curdas na vizinha Síria e no Iraque acolhem militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo), considerado terrorista pela Turquia.
O porta-voz da Presidência turca, Ibrahim Kalin, disse em outubro que a Rússia se ofereceu para mediar uma reunião entre Erdogan e o presidente sírio, Bashar al-Assad. Erdogan, comentando essa possibilidade, disse em meados deste mês que Ancara consideraria a proposta no devido tempo.
Em Damasco, o presidente da Síria, Bashar al-Assad, fala durante entrevista à Sputnik, em 6 de outubro de 2020

Turquia e Egito voltam a se aproximar

A relação entre Turquia e Egito tem avançado recentemente. Erdogan e o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, realizaram a primeira reunião bilateral na semana passada, durante os eventos da Copa do Mundo, em Doha, no Catar.
Abdel Fattah al-Sisi
Os laços entre Turquia e Egito foram cortados após a derrubada do ex-presidente egípcio Mohamed Mursi, em 2013, e as sangrentas hostilidades internas que se seguiram. Erdogan opôs-se fortemente às ações dos militares egípcios contra os apoiadores do presidente deposto. A Turquia e o Egito retiraram mutuamente seus embaixadores dos países em agosto de 2013, declarando-os como personae non gratae.
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