Panorama internacional

Conselho da ONU aprova investigação sobre protestos no Irã e Brasil se abstém na votação

Além do Brasil, países como Catar, Bolívia e Emirados Árabes Unidos se abstiveram. Argentina votou a favor da medida e Venezuela contra. Diplomacia brasileira argumentou que há outras formas mais adequadas para se lidar com a questão.
Sputnik
Nesta quinta-feira (24) o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) autorizou uma investigação sobre a repressão às manifestações no Irã. Apresentada pela Alemanha e pela Islândia, a resolução foi aprovada por 25 votos a favor, seis contra e 16 abstenções. Dentro das abstenções, estava o voto do Brasil, segundo o jornal O Globo.
Além do Brasil, abstiveram-se países como Bolívia, Catar e Emirados Árabes Unidos; votaram contra Armênia, China, Cuba, Eritreia, Paquistão e Venezuela e entre as nações latino-americanos, posicionaram-se a favor da medida Argentina, Honduras e Paraguai.
Na abertura da sessão, o novo chefe do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse que o Irã atravessa uma "crise de direitos humanos deflagrada".
Em sua fala, o diplomata brasileiro, André Simas Magalhães, disse que o país "compartilha as preocupações da comunidade internacional sobre a deterioração recente da situação de direitos humanos no Irã", mas ao explicar a abstenção, disse que não considera que a abertura da investigação é a resposta mais adequada.
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O governo iraniano condenou a medida e rebateu o conselho, quando o mesmo fala sobre direitos humanos, dizendo que "os direitos do povo iraniano foram amplamente violados pelos chamados defensores dos direitos humanos devido à imposição de sanções unilaterais por parte do regime dos EUA e pela aplicação destas cruéis sanções por parte dos países europeus, especialmente Alemanha, Reino Unido e França".
A decisão cria uma nova missão independente para investigar "supostas violações de direitos humanos na República Islâmica do Irã em relação aos protestos que começaram em 16 de setembro de 2022", relata a mídia.
Uma atualização do trabalho deverá ser apresentada na 53ª sessão do órgão, prevista para junho de 2023, e um relatório final na 55ª reunião, marcada para o início de 2024.
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