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Exército alemão tem déficit de munição de 20 bilhões de euros

Em denúncia apresentada pela comissária de defesa parlamentar Eva Hoegl, o Bundeswehr, as Forças Armadas da Alemanha, estão com falta de equipamento pessoal e munições.
Sputnik
Após o episódio envolvendo uniformes com símbolos nazistas, o Exército alemão voltou a ocupar as páginas da imprensa local.
Em entrevista ao jornal Bild, Eva Hoegl revelou que custaria ao Bundeswehr cerca de 20 bilhões de euros (R$ 111,17 bilhões) para reabastecer seus estoques de munição. Segundo o jornal, em caso de guerra, a "munição não duraria nem meia semana".
"As Forças Armadas alemãs estão enfrentando uma grave escassez de munição", alertou, neste domingo (20), a comissária para defesa do Bundestag, o Parlamento alemão.
Eva Hoegl também destacou que foi constada nas últimas avaliações a falta de alguns equipamentos pessoais básicos necessários ao Exército.
A parlamentar pediu que os depósitos de munição dos militares sejam totalmente reabastecidos durante a atual sessão legislativa, alegando que o governo arrastava o assunto há anos.
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Ela também apontou a situação lamentável no que diz respeito ao equipamento básico necessário para as tropas alemãs, e citou um caso em que militares do país destacados para a Lituânia tiveram que participar de exercícios sem coletes à prova de balas.

"Os 43 soldados que serão enviados ao Mali na próxima semana ainda estão sem calças e jaquetas. Inaceitável!", comentou.

Além disso, de acordo com Hoegl, "com licenças médicas, parentais e educacionais, muitas unidades atingem o nível de pessoal de apenas 60% do que têm no papel".
A comissária apontou que "sem pessoal suficiente, as melhores armas são de pouca utilidade". Ela previu que, a menos que as fileiras do Bundeswehr aumentem significativamente, Berlim terá que priorizar e cortar custos em suas implantações.
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Assim, com o foco na defesa nacional, a Alemanha teria que reduzir sua participação em missões internacionais, observou Hoegl.
Em outubro, o Business Insider informou que os militares alemães só tinham munição para um ou dois dias de guerra, citando a indústria de defesa e fontes parlamentares. Embora o problema exista há anos, foi ainda mais exacerbado quando a Alemanha começou a fornecer armas para a Ucrânia, afirmou a agência.
No entanto, Berlim ainda forneceu a primeira unidade de seus sistemas de defesa aérea IRIS-T de última geração para Kiev no mês passado.
Mais três unidades, compostas por um veículo de comando, um veículo de radar e um lançador montado em caminhão, devem chegar à Ucrânia em 2023.
Enquanto isso, as próprias forças armadas da Alemanha ainda não receberam o sistema IRIS-T baseado em terra, um fato que obrigou alguns políticos a levantarem preocupações de que o país está armando a Ucrânia às custas de suas próprias capacidades de defesa.
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