Panorama internacional

Líderes da União Europeia temem revelar verdadeiro custo de 'reconstruir a Ucrânia', diz think tank

O dinheiro que será necessário para a Ucrânia recuperar do conflito é várias vezes, senão dezenas de vezes superior ao que Bruxelas deu até agora a Kiev, apontou um think tank americano.
Sputnik
Os líderes europeus estão tentando manter secretas as somas exatas que são necessárias "para reconstruir a Ucrânia" por temerem uma possível reação negativa entre os cidadãos de seus países, de acordo com um think tank dos EUA.
O The American Conservative se referiu a um artigo recente de Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, publicado em 23 de outubro no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, no qual eles citaram que os Estados-membros da União Europeia (UE) "levantaram até agora" para Kiev mais de € 35 bilhões (R$ 176,26 bilhões).
Esta soma está "muito longe do valor de € 350 bilhões [R$ 1,76 trilhão] citado por von der Leyen na reunião de 25 de outubro, com base na estimativa de custo atual do Banco Mundial dos danos causados à Ucrânia".
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A soma final pode chegar a um valor entre US$ 200 bilhões (R$ 1,01 trilhão) e US$ 1 trilhão (R$ 5,04 trilhões), estimou Yuri Gorodnichenko, um economista nascido na Ucrânia, da Universidade da Califórnia, EUA, em declarações à rádio americana NPR. Segundo ele, os números são baseados em cálculos relacionados com "o custo da reconstrução do Iraque ou do Afeganistão".
"Mais uma vez, estes líderes mundiais sabem disso, mas se recusam a dizer isso por medo de que os cidadãos de várias nações europeias decidam que a democracia da Ucrânia simplesmente não vale a pena a perda de centenas de bilhões de seu dinheiro, muito menos ir sem calor ou outras necessidades neste inverno. Eles se recusam a dizê-lo porque sabem que o povo tem razão", apontou o think tank.
A Rússia iniciou em 24 de fevereiro uma operação militar especial na Ucrânia, citando o perigo aos russófonos na região de Donbass e da possibilidade de ataques a territórios russos, como a Crimeia. Desde então foram realizados referendos nas regiões de Zaporozhie, Kherson e nas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk, que determinaram sua entrada no território da Rússia.
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