Nesta quinta-feira (20), o embaixador da Rússia na ONU, Gennady Gatilov, afirmou a repórteres que a relação com o Brasil é "excelente", mesmo que o governo brasileiro tenha opiniões particulares sobre alguns temas, relata a coluna de Jamil Chade no UOL.
"Nossa relação com o Brasil é excelente. Não restam dúvidas [...] Claro, o Brasil tem posições específicas sobre temas específicos. Mas vamos continuar com nossa relação com os brasileiros [...]", afirmou.
Em Genebra, o Brasil não deu seu voto para a proposta de criação de um relator especial para monitorar as violações de direitos humanos na Rússia. Entretanto, na Assembleia Geral, o Itamaraty votou pela condenação da integração das repúblicas de Donetsk e Lugansk e das regiões de Kherson e Zaporozhie à Rússia.
No entanto, para o embaixador, "todos têm o direito de ter suas posições. Mas isso não quer dizer que ela vai contaminar nossa relação com o Brasil", destacando ainda a aproximação entre o Kremlin e os demais países dos BRICS, relata a mídia.
Gatilov ainda sublinhou que independente do resultado das eleições na próxima semana, a conexão Brasília-Moscou continuará e pode até ser ampliada.
"Independentemente do resultado [do pleito], espero que a relação continue a avançar. Até mais, talvez", declarou.
Nos seis primeiros meses da operação militar especial russa na Ucrânia, a relação comercial do Brasil com a Rússia se expandiu de forma importante, com Brasília deixando claro que não vai aderir ao pacote de sanções impostas pelas potências ocidentais.
Dados comerciais entre os dois países no primeiro quadrimestre de 2022, divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (SECEX/ME) do Brasil, mostraram que a Rússia aumentou seu volume de vendas de forma significativa e hoje é o quinto principal fornecedor do Brasil.
As exportações russas totalizaram US$ 2,4 bilhões (cerca de R$ 11,5 bilhões), um aumento de 89% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme noticiado.