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The Guardian: Reino Unido ameaça enviar sobrevivente de estupro grávida para Ruanda

Uma sobrevivente de estupro grávida da Eritreia foi ameaçada de remoção forçada para Ruanda pelo Ministério do Interior do Reino Unido.
Sputnik
Em um novo episódio envolvendo a polêmica política de imigração do Reino Unido, o Ministério do Interior britânico pode deportar uma sobrevivente de estupro grávida para Ruanda.
De acordo com o The Guardian, ativistas de direitos humanos classificam o caso como o "mais flagrante" que encontraram até agora no esquema do governo para terceirizar o processamento de pedidos de asilo.
O governo britânico anunciou em abril que havia fechado um acordo, pelo qual o Reino Unido pagou a Ruanda US$ 158 milhões (R$ 791 milhões), para enviar milhares de requerentes de asilo ao país da África. O objetivo é minar as redes de contrabando de pessoas e conter o fluxo de migrantes.
Diversos casos envolvendo a nova lei estão atualmente passando pelos tribunais, desafiando a legalidade da remoção forçada de requerentes de asilo que chegaram recentemente ao Reino Unido em pequenos barcos.
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A mulher de 28 anos, que está grávida de 37 semanas, "está em estado de angústia aguda com a ameaça de remoção", escreve o The Guardian. Funcionários do Ministério do Interior estavam cientes de que ela estava grávida quando chegou ao Reino Unido.
As autoridades também a transferiram de um hotel para outro, depois que ela ficou doente com náuseas relacionadas à gravidez no primeiro hotel. Ela estava morando em um campo de refugiados informal em Calais, na França, por oito meses, antes de viajar para o Reino Unido.
Segundo a publicação, ela fugiu da Eritreia aos três anos de idade com sua mãe depois que seu pai foi morto pelo governo. Sua mãe a levou primeiro para o Sudão, e depois para o Líbano.
O Ministério do Interior comentou e disse que está investigando a situação.
"No entanto, informações muito limitadas foram fornecidas para nos ajudar a estabelecer o que aconteceu ou identificar o indivíduo. Mas temos certeza de que todas as pessoas em escopo de remoção para Ruanda serão avaliadas individualmente e ninguém será transferido se não for seguro para elas", disse um comunicado.
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