"A verdade é que a integridade territorial de um país europeu – da Sérvia – foi violada, enquanto a Sérvia não atacou nenhum outro país soberano, poucas pessoas falam sobre isso. Faço uma pergunta que gostaria de fazer a vocês, líderes de muitos países, qual é a diferença entre a soberania e integridade territorial da Ucrânia e da Sérvia, no segundo caso houve uma violação flagrante, e vocês reconheceram isso internacionalmente e deram legitimidade, pelo menos alguns de vocês", disse Vucic falando na sessão.
"Não merecemos a agressão que ocorreu em 1999, mas isso não impediu que 19 Estados-membros da OTAN soberanos e ricos atacassem nosso país, minassem sua soberania sem o consentimento da ONU [...] Isso não impediu que alguns países reconhecessem o chamado Kosovo e violassem a integridade territorial do nosso país", disse o líder sérvio.
Ele ressaltou que Belgrado é defensora de uma solução pacífica para problemas territoriais e se manifesta pela manutenção da estabilidade na região dos Bálcãs.
Em 1999, o confronto armado entre separatistas albaneses do Exército de Libertação do Kosovo e o Exército e polícia da Sérvia levou ao bombardeio da República Federal da Iugoslávia, então composta pela Sérvia e Montenegro, pelas forças da OTAN. A operação militar foi realizada sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU e com base na afirmação dos países ocidentais de que as autoridades da república realizavam limpezas étnicas na autonomia do Kosovo e provocaram uma catástrofe humanitária lá.
Os ataques aéreos da Aliança duraram de 24 de março a 10 de junho de 1999 e resultaram na morte de mais de 2.500 pessoas, incluindo 87 crianças, e danos no valor de mais de US$ 100 bilhões (R$ 519 bilhões).
As estruturas albanesas do Kosovo em Pristina declararam unilateralmente a independência da Sérvia em 17 de fevereiro de 2008. A autoproclamada república não é reconhecida pela Sérvia, Rússia, China, Irã, Espanha, Grécia e vários outros Estados.