Operação militar especial russa

Rússia segue respondendo contidamente aos ataques terroristas de Kiev, diz Putin

Vladimir Putin criticou a política antirrussa do Ocidente e da liderança na Ucrânia, que diz ter sido usada pelo primeiro de forma a fazer colapsar a Rússia.
Sputnik
A Rússia só usa contratados na operação especial na Ucrânia, não está usando seu Exército completo, disse na sexta-feira (16) aos repórteres Vladimir Putin, presidente da Rússia.

"Em relação aos ataques terroristas, sim, isso é algo sério, é essencialmente o uso de métodos terroristas. Vemos isso nas mortes de funcionários nos territórios libertados. Vemos isso até nas tentativas de realizar atos terroristas no território da Federação da Rússia. Inclusive [...] até mesmo tentativas de realizar ataques terroristas, se não nas próprias instalações, então em torno de nossas instalações nucleares, usinas nucleares, no território da Rússia, sem falar da usina nuclear de Zaporozhie", comentou.

Putin, quando perguntado sobre a situação na Ucrânia afirmou:
"As autoridades de Kiev disseram que começaram e que realizam uma operação ativa de contra-ataque. Bom, vamos ver como ela vai ser e como acabará", apontou durante cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês).
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Sobre a segurança da Ucrânia, Vladimir Putin concordou que deve ser garantida por grandes poderes, mas sublinhou que a questão já foi adiada uma vez.

"[...] As garantias eram suficientemente duras, eram necessárias garantias do nosso lado, dos principais países da OTAN, dos países regionais, incluindo a Turquia. De modo geral, concordamos com isso, havia algumas coisas que exigiam pequenas melhorias, mas de modo geral concordamos. Essa é uma exigência séria o suficiente, mas as autoridades de Kiev atrasaram isso por conta própria", frisou Putin.

O presidente da Rússia apontou que para que ele encontre Vladimir Zelensky, é necessário que ele aceda a essa ideia.
"Mas eles estão rejeitando, Zelensky anunciou [isso]! Disse publicamente, não sei onde, mas publicamente, que não está pronto e não quer falar com a Rússia", referiu ele. Além disso, acrescentou, a posição de Kiev está mudando praticamente todos os dias.

Posições do Ocidente

O presidente russo opinou também sobre o desejo dos países ocidentais de verem o desmantelamento da Rússia.
"Eles não verão isso. Eles que resolvam suas tarefas do jeito que acharem necessário."
Para ele, os países ocidentais tentaram durante décadas formar um enclave antirrusso para atingir esse objetivo, e foi para isso que a operação especial foi iniciada.
"Durante décadas, os países ocidentais cultivaram constantemente a ideia do colapso tanto da União Soviética quanto da Rússia histórica como tal, seu núcleo", afirmou Putin.
"O fato de sempre terem buscado o desmantelamento de nosso país é claro. Só é lamentável que em algum momento tenha surgido a ideia de usar a Ucrânia para atingir esses objetivos [...] Só se pode concluir, de fato, que para evitar tal desenvolvimento, lançamos uma operação militar especial. É exatamente isso o que alguns países ocidentais liderados pelos EUA estão tentando fazer, criar um enclave antirrusso assim e abalar e ameaçar a Rússia desta direção", disse ele.
Vladimir Putin afirmou que durantes décadas no Ocidente foi cultivada a ideia do desmantelamento da Rússia e mais tarde de usar a Rússia contra a China.
Relativamente à crise energética na Europa, o chefe de Estado russo rejeitou a ideia de que a operação especial da Rússia seja a causa, e que a origem dela se encontra na "política verde" da União Europeia, e era visível um ano ou mais antes de 24 de fevereiro. Além disso, assinalou, os próprios representantes da empresa alemã Siemens confirmaram que as turbinas do gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte), que fornece gás à Europa, não estão funcionando.
"Eles [as] viram e registraram. Eles colocam suas assinaturas por escrito. É preciso [as] reparar, é impossível de operar. Têm perigo de incêndio e explosão", notou, adicionando que a Rússia não tem nada a ver com a situação.
Como solução final, Putin sugeriu simplesmente retirar as sanções do projeto para permitir o fluxo de 55 bilhões de cubos métricos de gás à Europa, e mencionou que as sanções também impedem o funcionamento do Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2).
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