Panorama internacional

'Não há resgate a caminho': indústria de xisto dos EUA alerta UE sobre crise no inverno, diz mídia

Nesta quinta-feira (15), o jornal Financial Times publicou uma reportagem com fontes do setor de extração norte-americano indicando que os Estados Unidos não são capazes de ampliar o fornecimento de petróleo e gás à União Europeia (UE) em meio à crise energética na Europa.
Sputnik
Conforme publicou o Financial Times, os representantes do setor salientaram a impossibilidade de atender a uma demanda repentina, diante da antecipada crise energética, durante o inverno no Hemisfério Norte, impulsionada pela redução das importações de gás e petróleo da Rússia.

"Não é como se os EUA pudessem bombear um monte a mais. A nossa produção é o que é. Não há um resgate a caminho. Não em relação ao petróleo e nem ao gás", disse ao jornal Wil VanLoh, fundador e CEO da empresa Quantum Energy Partners, com sede no Texas.

Scott Sheffield, executivo-chefe da Pioneer Natural Resources, disse que os produtores de energia dos EUA não planejam expandir a capacidade de extração aumentando o número de plataformas de perfuração, já que os preços do petróleo podem subir acima de US$ 120 (cerca de R$ 625) por barril no inverno do Hemisfério Norte devido ao fornecimento limitado de energia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (no centro), discursa ao lado do comissário europeu para o "Green Deal" europeu, Frans Timmermans, durante conferência em Bruxelas, em 20 de julho de 2022

Já Matt Gallagher, chefe da empresa de perfuração privada Greenlake Energy Ventures, afirmou que aumentos "modestos" de oferta "não mudariam as coisas em escala global", acrescentando que "pode ser perigoso pensar que essa energia barata pode crescer — especialmente falando do petróleo — para sempre".

Os preços do setor de energia estão em alta na UE, seguindo uma tendência global que se estabeleceu após o início da operação militar especial russa na Ucrânia e a imposição de um volume sem precedentes de sanções a Moscou. As medidas restritivas contra a Rússia incluem a substituição gradual de importações de gás e petróleo russos na UE por outras fontes, incluindo a indústria de xisto norte-americana.
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