Panorama internacional

'Irracionais': sanções contra a Rússia são perigosas para o mundo, diz presidente da Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira (14) que as sanções impostas contra a Rússia colocaram os países ocidentais e o resto do mundo em uma situação de crise perigosa e arriscada.
Sputnik

"As sanções impostas contra a Federação da Rússia sobre o petróleo e o gás são sanções irracionais, injustificadas, ilógicas, que levaram o mundo à loucura que conhecemos durante estes seis meses. Colocaram acima de tudo os chamados ocidentais do mundo, os Estados Unidos e poderíamos dizer o resto do mundo, [as sanções] colocaram-nos em uma situação de crise perigosa, arriscada, social, econômica e política", disse o presidente por meio do canal estatal Venezolana de Televisión.

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A Rússia lançou uma operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro, alegando que as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, reconhecidas por Moscou três dias antes como Estados soberanos, precisavam de ajuda diante da intensificação dos ataques de Kiev.
Após o início desta operação, vários países adotaram sanções contra Moscou, incluindo a desconexão parcial da Rússia do sistema SWIFT (sigla em inglês para Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais), o fechamento do espaço aéreo para as companhias aéreas russas e a paralisação das reservas internacionais do seu Banco Central.
Estas medidas contra Moscou provocaram o aumento dos preços mundiais do petróleo, gás e fertilizantes, além de criar um impacto negativo nas economias dos EUA e dos países da União Europeia.
Nesse sentido, Maduro sublinhou que são as elites dos EUA e da Europa que estão determinadas a fabricar uma crise que ameace a estabilidade da economia e do comércio mundial.

"Parece que o que eles não querem ver são as elites americanas e europeias que insistem em sanções contra a Rússia, que insistem em criar uma crise energética que impacta a economia, que impacta o comércio, que impacta a estabilidade mundial", apontou.

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Diante disso, o presidente reiterou que seu país, como membro fundador da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), defende a busca de formas de diplomacia e paz que permitam a estabilidade mundial.

"Da Venezuela, com a autoridade moral que nossa diplomacia de paz nos dá e com toda a autoridade moral que nos dá por sermos fundadores da OPEP, convocamos o mundo à racionalidade e a buscar os caminhos da diplomacia e da paz para estabilizar as incertezas e ameaças do mercado de petróleo, do mercado de energia e da economia", conclamou Maduro.

O presidente destacou o papel da OPEP em meio à crise energética e ressaltou que suas ações têm possibilitado manter o equilíbrio no mercado internacional de energia, freando a alta dos preços do petróleo.
Ao mesmo tempo, Maduro exortou o secretário da organização a levantar aos países-membros da OPEP a necessidade de defender essa estabilidade do mercado mundial de petróleo.

"O secretário-geral transmite esta mensagem aos governos irmãos da OPEP, para que defendamos a estabilidade do mercado e os benefícios que a economia mundial têm, direta e indiretamente, através de meios financeiros, obtendo o petróleo a um preço justo, equilibrado e já assimilado [em relação às] economias do mundo", enfatizou.

Maduro fez essas declarações durante uma reunião com o secretário-geral da OPEP, Haitham al-Ghais, que chegou à Venezuela na terça-feira (13) para cumprir uma agenda de trabalho na área de energia.
Esta é a primeira visita oficial de al-Ghais ao país sul-americano desde que foi nomeado para o cargo.
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