Panorama internacional

Diante de crise cambial, Japão admite possível intervenção no mercado

Nesta quarta-feira (14), o ministro das Finanças do Japão, Shunichi Suzuki, admitiu pela primeira vez a possibilidade de intervenção no mercado cambial do país devido à contínua perda de valor da moeda nacional diante do dólar norte-americano.
Sputnik
Conforme publicou a agência de notícias japonesa Kyodo, Suzuki deu declarações a repórteres afirmando que o governo não pode "excluir nenhuma opção" diante de como lidar com a crise cambial. Ao ser questionado sobre se essas opções incluem intervenções do governo no mercado de câmbio, o ministro disse que não há problemas em considerar essa possibilidade.
No início do dia, o secretário-chefe de gabinete japonês, Hirokazu Matsuno, também deu uma declaração em que deixa claro que o governo não descartaria uma intervenção caso a situação de forte depreciação do iene continuar.
Na manhã desta quarta-feira (14), o iene caiu para o seu nível mais baixo desde agosto de 1998, sendo negociado a 144,9 ienes por cada dólar norte-americano. Atualmente cada iene vale R$ 0,03, um dos menores valores desde o final de 2019.
O administrador da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, Michael Regan, à direita, e o ministro do Meio Ambiente do Japão, Akihiro Nishimura, à esquerda, apertam as mãos antes de sua reunião no Ministério do Meio Ambiente, 2 de setembro de 2022
A queda em relação ao dólar pode ser explicada pelas diferenças nas abordagens dos bancos centrais dos Estados Unidos e do Japão em relação à política monetária. O Federal Reserve, o banco central norte-americano, tem aumentado sua taxa de juros, enquanto o Japão, pelo contrário, mantém a taxa negativa.
Na terça-feira (13), o dólar subiu em relação às moedas mundiais, incluindo o iene, após a divulgação de dados sobre a inflação anual norte-americana, que cresceu 8,3%em agosto — acima da previsão de 8,1%. De acordo com a Kyodo, a expectativa é de que o Federal Reserve continue aumentando as taxas.
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