Panorama internacional

'O pior ainda está por vir': empresa alemã soa alarme por preços do gás após corte da Rússia

O CEO da Uniper, que é a maior importadora de gás na Alemanha, advertiu que o preço do gás subiu exponencialmente nos últimos dois anos, e que é necessário discutir como sair de tal crise.
Sputnik
A situação energética da Europa, e particularmente na Alemanha, piorará nos próximos meses, previu na terça-feira (6) o CEO da empresa alemã Uniper.
Klaus-Dieter Maubach referiu como principal causa a incerteza nos preços do gás e o respectivo fluxo da Rússia.
"Já disse isto várias vezes ao longo deste ano, e estou educando também os formuladores de políticas. Olhe, o pior ainda está por vir", disse ele na conferência Gastech 2022, em Milão, Itália.
"O que vemos no mercado varejista é 20 vezes o preço que vimos há dois anos, 20 vezes. É por isso que acho que precisamos ter uma discussão realmente aberta com todos assumindo a responsabilidade de como consertar isso", afirmou Maubach, citado pelo canal CNBC.
A Uniper, a maior importadora de gás na Alemanha, tem uma longa história de cooperação com a Rússia, e mesmo após o início da operação militar na Ucrânia, defendeu Moscou como uma fornecedora de energia confiável. No entanto, devido à redução do fornecimento de gás russo para a Alemanha, a Uniper perdeu uma parte considerável de seus lucros, e o governo alemão decidiu em julho lhe fornecer um subsídio de € 15 bilhões (R$ 77,92 bilhões).
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Agora, de acordo com Maubach, "esta cooperação está quebrada, e não creio que possamos recuperar isso nas próximas semanas, meses e anos".
Na sexta-feira (2), a empresa estatal russa Gazprom suspendeu os fornecimentos através do gasoduto Nord Stream 1 indefinidamente, citando dificuldades técnicas. Já os países ocidentais entendem a ruptura como uma reação de Moscou à iniciativa do G7 de criar um teto de preços para o petróleo russo.
Maubach mencionou assim que sua empresa está tentando substituir o gás da Rússia.
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