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Escândalo na Alemanha: ministra Baerbock é muito criticada por posicionamento sobre Ucrânia

Representantes dos partidos alemães União Democrata-Cristã, A Esquerda e Alternativa para a Alemanha criticaram as palavras de sua ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock. Nas vésperas, a política afirmou estar disposta a apoiar a Ucrânia o quanto for necessário, independentemente do que os seus eleitores pensem.
Sputnik

"Se eu prometi para as pessoas da Ucrânia que nós estaríamos com elas o quanto fosse necessário, então quero manter essa promessa. Não importa o que os meus eleitores alemães pensam, eu quero manter a promessa para as pessoas da Ucrânia", disse Baerbock ao discursar em Praga.

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Nesse contexto, a ministra passou a ser criticada pela oposição. Assim, a deputada do Bundestag (parlamento alemão) e ex-líder da coligação parlamentar do partido A Esquerda, Sahra Wagenknecht, chamou as expressões de Baerbock de "erradas" e "perigosas para a Alemanha".

"A ministra das Relações Exteriores, que afirma representar os interesses dos eleitores ucranianos, em vez dos eleitores alemães, e que rejeita as negociações para terminar a guerra em prol dos interesses do governo dos EUA, representa um erro ultrajante e perigoso para o nosso país", escreveu a deputada na sua conta no Twitter.

Ao mesmo tempo, a deputada do Bundestag do partido A Esquerda, Sevim Dagdelen, salientou na sua conta que 77% dos cidadãos alemães exigem negociações para pôr fim aos combates militares na Ucrânia.

"A ministra das Relações Exteriores, que rejeita a diplomacia e demonstra o desprezo em relação a todos que protestam contra os efeitos das suas sanções loucas e que diz 'A Ucrânia está acima de tudo, enquanto os cidadãos não importam', é um fracasso total", escreveu Dagdelen.

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O representante da União Democrata-Cristã, Norbert Rottgen, aconselhou a ministra, em vez de reformas dolorosas, a escolher uma boa argumentação.

"Estimada senhora Baerbock, isso é abuso desnecessário de heroísmo. A maioria dos alemães está disposta a seguir apoiando a Ucrânia. Os políticos democráticos devem convencer outros com bons argumentos, não com a palavra 'basta'", disse o deputado em sua conta no Twitter.

Além disso, a copresidente da Alternativa para a Alemanha, Alice Weidel, sublinhou em sua conta no Twitter que "estamos em um momento em que é necessária a renúncia da ministra das Relações Exteriores Baerbock".

"Alguém que não se importa em nada com os interesses dos eleitores alemães jamais pode ocupar o cargo de ministro. Precisamos de um ministro das Relações Exteriores diplomático, que vai defender os interesses dos cidadãos alemães e se manifestar a favor de negociações e paz entre a Rússia e a Ucrânia", disse Weidel.

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Em 1º de setembro, a hashtag #BaerbockRuecktritt (Baerbock deve renunciar) foi um dos assuntos mais populares na Alemanha, de acordo com o portal trends24.
Contudo, nesse contexto, o representante oficial do ministério das Relações Exteriores alemão, Peter Ptassek, acusou as forças pró-russas do desencadeamento do conflito interno.
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, chamou na quinta-feira (1º) as palavras de Baerbock de "uma confissão fantástica", que "serve para as conversas sobre a necessidade de realizar em uma série de países europeus as eleições antecipadas".
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