Panorama internacional

EUA devem reconhecer que a guerra no Afeganistão terminou com sua derrota, diz embaixada russa

Em 31 de agosto de 2021, as forças dos EUA concluíram sua retirada do Afeganistão, pondo fim à presença militar de 20 anos no país.
Sputnik
Os Estados Unidos devem reconhecer que a guerra no Afeganistão terminou com sua derrota, escreveu a Embaixada da Rússia nos EUA, marcando o primeiro aniversário da retirada das tropas americanas do país islâmico.

"Estamos convencidos de que Washington deveria reconhecer que a guerra afegã terminou em derrota para os Estados Unidos. Além disso, ela não trouxe nada além de problemas e o colapso de falsas esperanças para a nação asiática", disse a entidade diplomática russa em comunicado.

A embaixada enfatizou que a campanha militar dos EUA no Afeganistão "se transformou em uma tragédia para os afegãos comuns".
"De acordo com dados oficiais, mais de 150 mil afegãos, incluindo 48 mil civis, foram mortos e outros 75 mil ficaram feridos. Centenas de milhares se tornaram refugiados. As conquistas econômicas na antiga República Islâmica, tão amplamente anunciadas pelos parceiros americanos, mostraram ser 'aldeias Potemkin' que desapareceram imediatamente após a retirada das tropas estrangeiras. Trilhões de dólares dos contribuintes dos EUA foram desperdiçados", ressaltou a embaixada.
De acordo com a embaixada, um ano após a retirada das tropas dos EUA, uma catástrofe humanitária está ocorrendo no Afeganistão. A missão russa ressaltou que todos os fundos do Banco Central do Afeganistão, que foram congelados pelos EUA, devem ser devolvidos.
"É necessário agora aliviar os sofrimentos dos afegãos. Enormes quantias são necessárias para reconstruir o país destruído. O primeiro passo obrigatório para este fim é devolver sem condições todos os fundos do Banco Central do Afeganistão que foram congelados pelos EUA", conclui a embaixada russa.
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A administração de Biden decidiu em abril de 2021 pôr fim à presença dos EUA no Afeganistão após a ocupação de 20 anos a um custo de US$ 2 trilhões (cerca de R$ 10,1 trilhões) e a morte de mais de 2.300 soldados americanos.
Os EUA têm enfrentado enorme onda de críticas sobre a execução da retirada do Afeganistão em agosto do ano passado que deixou 13 soldados norte-americanos mortos em um atentado à bomba perpetrado por um grupo terrorista local que faz parte do Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países).
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