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Sul-africanos fazem paralisação nacional contra o governo por situação econômica: 'Último recurso'

Sindicatos e trabalhadores sul-africanos declararam uma paralisação nacional, nesta quarta-feira (24), em protesto contra a taxas de desemprego e o aumento do custo de vida do país, incluindo preços recordes de combustível e de alimentos básicos.
Sputnik
De acordo com a emissora pública SABC, a Federação Sul-Africana de Sindicatos (SAFTU) e o Congresso dos Sindicatos Sul-Africanos (Cosatu) estão organizando marchas em todo o país para mostrar o crescente descontentamento com a deterioração da situação econômica no país.

"Quando os trabalhadores vão para a rua, é porque este se tornou o último recurso", disse à emissora o secretário provincial da Cosatu, Gerald Twala, acrescentando que o governo não tem dado ouvidos aos apelos do grupo.

A taxa oficial de desemprego do país no primeiro trimestre deste ano foi de 34,5%. Entre jovens de 15 a 24 anos a taxa dispara para 63,9%, sendo de 42,1% para quem tem de 25 a 34 anos.
Para o primeiro vice-presidente do Cosatu, Mike Shingange, o aumento do custo de vida está colocando grande pressão financeira sobre a classe trabalhadora e os desempregados, e tanto o governo como o setor privado são responsáveis por fornecer ajuda aos sul-africanos.
"Aqueles que estão empregados hoje não podem se transportar para o trabalho porque o salário que levam para casa é inferior ao que usam para trabalhar", disse Shingange, ainda segundo a SABC.
Ele ressalta que os sindicatos "estão tentando dizer aos formuladores de políticas e capitães de indústrias, particularmente o setor privado, que devem repensar as políticas que estão seguindo".
Após a repercussão dos protestos pelo país, o ministro na Presidência sul-africano, Mondli Gungubele, assegurou que o governo responderá às exigências dos manifestantes, conforme noticiou a emissora pública do país.
Gungubele confirmou que já recebeu o documento com os pedidos dos sindicatos e garantiu que o governo fará "todo o possível" para reduzir os custos "sobre os ombros dos cidadãos".

"Quer fiquemos em 2024 [no governo] ou não, não vamos lidar com isso se nossa base for o medo da perder o poder. A única maneira de permanecermos em 2024 é restaurarmos as intenções históricas do ANC [sigla em inglês do partido Congresso Nacional Africano], de trabalhar duro até reverter a situação econômica", afirmou o ministro.

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