Panorama internacional

Argentina envia secretário ao Brasil para debater apoio ante presença militar britânica nas Malvinas

Além do Brasil, autoridade também busca colaboração do Uruguai e de países africanos para reativar a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas) a fim de criar união e elaborar cooperação com maior "envergadura e importância".
Sputnik
Nesta quarta-feira (17), em visita ao Brasil, o secretário de Malvinas, Antártida e Atlântico Sul da Argentina, Guillermo Carmona, declarou ao jornal O Globo que veio ao país afim de estreitar laços de cooperação militar com Brasília diante da grande presença de militares britânicos nas Ilhas Malvinas.
"Malvinas, Antártida e Atlântico Sul são um tripé estratégico para a Argentina. Temos uma cooperação com o Brasil muito importante, mas queremos passar a um nível de maior envergadura e de importância", afirmou.
Além de Brasília, Buenos Aires também busca o apoio do Uruguai e pretende reativar a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas) com países africanos, iniciativa brasileira aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 1986.
Haverá uma reunião de ministros dos países banhados pelo oceano Atlântico em novembro deste ano.
"Com o Brasil, o Uruguai e a África, compartilhamos uma zona de paz e cooperação reconhecida pela ONU. Queremos reativar a Zopacas e essa proposta encontra boa recepção dos países africanos", disse o secretário, destacando que, dos pouco mais de 3 mil residentes permanentes nas Malvinas, 1.500 são militares.
Em território brasileiro, a agenda de Carmona prevê reuniões com o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, o secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), Marco Antônio Linhares Soares, e diplomatas. Ele também conversará com acadêmicos e estudantes de relações internacionais, relata a mídia.
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Carmona ressaltou que os mares têm grande relevância na agenda internacional, a começar pelo fato de 80% do comércio entre países serem realizados por navios. Ao mesmo tempo, a autoridade argentina defendeu que o Atlântico Sul permaneça uma zona de paz e observou que a única presença militar que existe atualmente são os britânicos nas Malvinas.
"Além da participação conjunta e da preservação do meio ambiente, existe a preocupação com as grandes tensões internacionais, principalmente nos oceanos Índico e Pacífico. Na guerra [operação] entre Rússia e Ucrânia, os mares se mostram relevantes, diante da necessidade de saída de cereais", complementou.
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