Panorama internacional

Mídia: UE busca Brasil para acelerar validação de acordo com Mercosul ante crise de cadeias globais

Tramites entre bloco sul-americano e o europeu estavam paralisados por exigências de políticas ambientais mais fortes a serem aplicadas principalmente no Brasil, entretanto, UE está em reuniões com Brasil, e segundo fonte, "o movimento tomou dinâmica".
Sputnik
A ratificação do acordo entre o Mercosul e União Europeia vem se arrastando há um longo tempo, principalmente por exigências feitas pelo bloco europeu ao bloco mercosulino na área do meio ambiente, entretanto, segundo a Reuters citada pelo o UOL Economia, representantes da UE buscaram o Brasil, por meio do Itamaraty e do Ministério da Economia, com o objetivo de avançar nas negociações.
De acordo com fontes citadas pela mídia, há cerca de duas semanas integrantes do governo tiveram uma conversa preliminar com emissários do bloco e uma nova reunião está prevista para ocorrer até o fim de setembro para traçar um cronograma de encontros, disse uma das fontes sob anonimato.
"Essa discussão estava enterrada, eles voltaram a discutir o acordo entre Mercosul e União Europeia justamente porque precisam de commodities agrícolas, minerais e energéticas, não podem contar mais com a Rússia, há o problema de disrupção da cadeia de suprimentos, excessiva dependência da Ásia", afirmou.
Em relação às exigências para políticas ambientais mais incisivas e que sejam realmente postas em práticas, a previsão dessa autoridade é que uma carta com a proposta de compromissos adicionais na área ambiental seja recebida até o fim deste ano.
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Ainda de acordo com a fonte, os europeus estão mesmo interessados em ratificar o acordo e os dois lados da mesa discutirão os termos.
"O movimento tomou nova dinâmica. Estava paralisado e voltou a andar", afirmou.
Após 20 anos de negociações, o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia foi fechado em 2019, no início do mandato de Bolsonaro. A entrada em vigor, porém, depende do aval dos parlamentos dos países, ponto que não avançou diante da pressão dos europeus alegando piora de indicadores ambientais do Brasil.
No entanto, com o redesenho das cadeias globais de valor, especialmente após a pandemia e a operação russa na Ucrânia, o Brasil teria ampliado o poder nas negociações.
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