Panorama internacional

Taiwan é verdadeiro perdedor da visita de Pelosi, escreve The Hill

Um colunista do jornal The Hill argumentou que a China poderá continuar aplicando pressão econômica sobre Taiwan para devastar sua economia em resposta à visita da congressista dos EUA.
Sputnik
A visita a Taiwan de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, servirá principalmente para enfraquecer economicamente a ilha autogovernada, argumentou no sábado (6) um colunista do jornal americano The Hill.
Segundo Stanley Chao, o verdadeiro custo da ação da alta funcionária americana será suportado não por Pelosi ou pelos EUA, mas pelo território reivindicado pela China, que verá milhares de suas pequenas empresas pagar o preço da retaliação econômica de Pequim.
Na opinião do autor do artigo, esse é um cenário mais provável que um ataque militar, "porque usar o comércio como um ataque tornará mais difícil para os EUA contra-atacar. Nunca ouvi falar de os EUA irem atrás de outro país porque ele impôs uma tarifa ou proibição de comércio".
A China é o maior parceiro comercial de Taiwan, respondendo por 42% das exportações e 22% das importações da ilha, em um total de US$ 270 bilhões (R$ 1,39 trilhão) em trocas comerciais. Pouco depois da visita de Pelosi, o Ministério do Comércio da China suspendeu a exportação de areia natural, um material vital para a produção de semicondutores e construção, e suspendeu as importações de frutas cítricas e produtos da pesca, notou Chao.
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De acordo com Stanley Chao, que citou o exemplo de um amigo pescador que exporta para a China, milhares de pequenas empresas taiwanesas poderão ser arruinadas pela retaliação econômica de Pequim sem impor um dano real à República Popular da China.
"Escusado será dizer que meu amigo não é um grande fã de Nancy Pelosi", escreveu Chao.
Além disso, sublinhou ele, a China pode sancionar milhares de empresas taiwanesas que trabalham no território continental e fabricam produtos como peças de automóveis, produtos eletrônicos de consumo e produtos químicos industriais, vitais tanto para Taiwan como para o mundo.
No pior dos casos seriam aplicadas sanções à Foxconn, o maior fabricante por contrato do mundo e o maior empregador privado da China, que resultariam em bilhões de dólares de receitas perdidas, destruição de milhares de empregos em Taiwan e quedas de pelo menos 10% no PIB anual da ilha, apontou.
"[...] Taiwan, uma nação insular com apenas 13 vezes o tamanho de Rhode Island [o menor estado dos EUA em área], é muito pequena, muito ágil e muito dependente economicamente da China para resistir a uma guerra fria econômica com Pequim", resumiu o colunista.
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