Panorama internacional

Rússia não exclui que Austrália obtenha armas nucleares no âmbito do AUKUS

O acordo de fornecimento de submarinos nucleares entre a Austrália, EUA e Reino Unido encerra o perigo de instalação de armas nucleares no território da primeira, segundo a chancelaria da Rússia.
Sputnik
O problema com o pacto AUKUS é a possibilidade de posicionamento de armas nucleares na Austrália, um Estado não nuclear, disse no sábado (6) Igor Vishnevetsky, vice-diretor do Departamento de Não-Proliferação e Controle de Armas do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
"O problema está no fato de que a parceria prevê a construção de infraestrutura militar dos Estados nucleares no território de um Estado não nuclear. Existe a possibilidade de que no futuro lá [na Austrália] sejam implantadas armas nucleares, mesmo não as entregando sob o controle de Camberra, à semelhança da Bélgica, Alemanha, Itália, Países Baixos e Turquia", disse aos repórteres Vishnevetsky.
No geral, ainda restam muitas questões sobre o AUKUS, e os participantes do projeto, a Austrália, EUA e Reino Unido, terão que responder a elas, acrescentou ele.
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Ocidente tenta usar acordo AUKUS para promover interesses da OTAN no Indo-Pacífico, diz Lavrov
Em meados de setembro de 2021, Camberra firmou com Londres e Nova York o AUKUS, uma parceria para receber submarinos nucleares, e anunciou sua retirada de um acordo semelhante de US$ 90 bilhões (R$ 470 bilhões) com a França, que previa a produção de 12 submarinos de ataque da classe Barracuda. A situação foi resolvida desde então, mas Jean-Yves Le Drian, ministro das Relações Exteriores francês, chamou na época a decisão da Austrália uma "facada nas costas".
O pacto tem sido visto como dirigido contra a China, com Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, declarando na sexta-feira (5) que ele promove os interesses da OTAN no Indo-Pacífico. A Indonésia expressou preocupações com a possibilidade de proliferação da tecnologia de propulsão naval nuclear, enquanto em junho a China instou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a investigar essa capacidade.
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