Panorama internacional

Irã diz que implementará acordo nuclear quando receber garantias econômicas dos EUA

O Irã reafirmou nesta quarta-feira (3) que está disposto a retomar a plena implementação das obrigações do acordo nuclear de 2015 quando receber garantias dos Estados Unidos de benefícios econômicos.
Sputnik
Majid Takht-Ravanchi, representante do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU), disse durante a Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) que o país negocia "de boa fé" desde o ano passado "para retomar a execução total do acordo" e acusou os Estados Unidos de atrasar essa retomada.
"O cumprimento dessa meta está sendo adiado porque os EUA ainda não decidiram garantir que o Irã receba os benefícios econômicos prometidos pelo acordo", disse Takht-Ravanchi.
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"Quando os EUA tomarem a decisão certa, o Irã interromperá suas ações corretivas e retomará a implementação plena das medidas relacionadas à esfera nuclear do acordo de 2015", acrescentou.
Em 2015, o Irã assinou o acordo nuclear formalmente conhecido como Plano Abrangente de Ação Conjunta (JCPOA) com Estados Unidos, China, França, Rússia, Alemanha, Reino Unido e União Europeia. O pacto exigia que o Irã reduzisse seu programa nuclear e reduzisse suas reservas de urânio em troca de alívio das sanções, incluindo o levantamento do embargo de armas cinco anos após a adoção do acordo.
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Em 2018, os Estados Unidos se retiraram unilateralmente do JCPOA e impuseram sanções abrangentes ao Irã, levando Teerã a abandonar amplamente suas obrigações sob o acordo.
Em abril de 2021, as partes do acordo iniciaram negociações para restabelecer a vigência do JCPOA. Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia (UE), disse na última semana de julho que vai apresentar um texto conciliatório que considera ser o melhor possível.
"O texto representa o melhor negócio possível que eu, como facilitador das negociações, vejo como viável. Não é um acordo perfeito, mas aborda todos os elementos essenciais e inclui compromissos duramente conquistados por todas as partes. As decisões precisam ser tomadas agora para aproveitar esta oportunidade única de sucesso e liberar o grande potencial de um acordo totalmente implementado. Não vejo outra alternativa abrangente ou eficaz ao nosso alcance", declarou em artigo publicado no Financial Times.
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